Investimento na ciência é para continuar
José Sócrates assegurou que o investimento público no sector da ciência e tecnologia “é para continuar” argumentando que o apoio do Estado “é absolutamente vital” para promover a competitividade da economia.
“O esforço que o Estado português e as organizações privadas fizeram vai continuar, em nome de uma ideia de estabilidade para a política científica”, disse, acrescentando que os resultados atingidos desde 2005 “orgulham o país”.
O primeiro-ministro, que falava no Encontro Ciência 2010, que decorre até dia 07 no Centro de Congressos de Lisboa, considerou “absolutamente vital” manter o apoio público ao sector científico, mesmo em altura de restrições financeiras noutras áreas.
“É claro que o desenvolvimento científico deve contar com a participação das empresas privadas, mas isto não vai lá sem o apoio e a vontade do Estado”, afirmou, considerando “absolutamente vital” que a ciência mantenha apoios públicos.
O desenvolvimento das competências na área do conhecimento, disse, “são vitais” para melhorar a economia, para “poder dar melhores empregos” e para competir na economia do conhecimento.
José Sócrates adiantou que Portugal vai assumir o objectivo definido pela União Europeia, de atingir, em 2020, 3% do PIB em investimento no sector científico.
“Tendo nós atingido, em 2008, 1,55 por cento do PIB em investimento em ciência, considero que é absoluto dever de um país que não quer ficar para trás, fixar o mesmo objectivo que a Europa”, disse.
O investimento será inscrito na estratégia nacional, disse, sem precisar que parte caberá ao sector público e aos privados.
Na sessão, o ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, destacou “os números” da evolução do investimento em ciência, resultados que atribuiu à estratégia do Governo socialista.
“Em 2005, ainda estávamos em 0,81 por cento [do PIB]. Pois em 2008, uma das mais rápidas acelerações do desenvolvimento dos últimos 20 anos permitia chegar a 1,55 por cento, 50 por cento dos quais das empresas”, sublinhou.
O ministro destacou também o número de investigadores em Portugal, que atingiu 40 mil entre 2005 e 2008, dos quais 44 por cento são mulheres.
Mariano Gago apelou à comunidade científica para que “aja e se exprima publicamente, e que intervenha politicamente”, um desafio que foi depois reiterado pelo primeiro-ministro.