Ao fazer o balanço da iniciativa, o governante lembrou que serviços como “psiquiatria e ortopedia” estão em situações “mais confortáveis” do que num “passado recente”, apontando à necessidade de superar “dificuldades” noutras áreas, com “na obstetrícia e na pediatria”.
“Temos de encontrar as devidas soluções, mas também confio que o investimento numa nova infraestrutura e no reequipamento do hospital vai ajudar a atrair jovens profissionais”, defendeu Manuel Pizarro.
O ministro lembrou, adicionalmente, que “ainda este ano vai ser inaugurado o serviço de ressonância magnética” no Hospital de Beja, um dos “investimentos que, entretanto, foram feitos” e que não existiam quando o projeto de ampliação daquele equipamento foi aprovado “há mais de 15 anos”.
“Não há dúvida nenhuma de que este hospital precisa de uma intervenção de ampliação, mas também de reconfiguração de uma parte dos seus espaços e isso tem de ser atualizado para as necessidades dos nossos dias e para comportar os investimentos que, entretanto, foram feitos e não existiam quando o projeto anterior foi preparado”, anotou.
Manuel Pizarro reforçou, depois, a ideia de que a “realização de investimentos nas infraestruturas e nos equipamentos” é um contributo importante para a fixação de médicos no interior.
“Havendo uma competição por um bem escasso, que são os jovens especialistas nas diferentes áreas da medicina, as pessoas acabam por ser atraídas pelos espaços onde há melhores condições de trabalho e isso passa também por infraestruturas e equipamentos”, disse.
Fortalecer os serviços públicos do SNS
Outra ideia vincada pelo ministro da Saúde prende-se com a garantia de que o Governo vai prosseguir o investimento nos serviços do SNS, sem que isso implique qualquer impedimento “ideológico” em recorrer ao contributo do setor privado, sempre que entender ser adequado e assegurando uma assistência com “qualidade e segurança”.
“Para o fazer temos de fortalecer os serviços públicos do SNS. Aliás, é isso que estamos a fazer em Santa Maria. Porque o que vamos fazer é uma remodelação profunda do bloco de partos que vai transformá-lo no mais moderno e no maior bloco de partos do país”, destacou o governante, reiterando estar “confiante” de que este será um verão mais tranquilo nos serviços de obstetrícia do que em 2022.
“Temos duas regiões [Lisboa e Vale do Tejo e Algarve] a funcionar com algum regime de rotatividade de algumas maternidades, mas a verdade é que desde que este modelo foi implementado, no final de 2022, tudo tem funcionado com a devida tranquilidade”, observou.
Requalificação do Centro de Saúde de Castro Verde
Entre as várias ações da iniciativa ‘Saúde Aberta’, que percorreu diversos concelhos do Baixo Alentejo, destaque para o anúncio, em Castro Verde, do projeto de requalificação do Centro de Saúde local, cujas obras vão representar um investimento de “cerca de dois milhões de euros”, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pelo Orçamento do Estado, prevendo-se que estejam concluídas dentro de dois anos.
O projeto, a desenvolver pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, vai permitir “uma requalificação muito profunda” do centro de saúde e respetivo serviço de urgência básica (SUB).
“Aproveitaremos todo o espaço envolvente e o projeto será desenhado de forma a responder às necessidades desta população, dentro deste espaço e com a modernidade que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) exige”, disse, na visita, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre.
O governante justificou o investimento com o facto de, a par da resposta que o centro de saúde dá, “numa primeira instância”, à população do concelho, abranger também um SUB que, nos primeiros seis meses de 2023, “atendeu 12.000 pessoas” de vários municípios alentejanos.