Ana Catarina Mendes, numa intervenção na abertura das jornadas parlamentares do PS, em Tomar, salientou que, mesmo existindo uma maioria absoluta do PS na Assembleia da República, este órgão de soberania deve contribuir para as soluções políticas, advertindo que, se as pessoas perderem o respeito pelo Parlamento, “é a democracia que está em causa”.
A ministra Adjunta e dos Assuntos parlamentares assinalou depois que o PS está no Governo desde novembro de 2015, tendo sido reconduzido em 2019 e em 2022 após duas eleições legislativas, para apontar de seguida as contradições do líder social-democrata.
“Ouvir o presidente do PSD, Luís Montenegro dizer que os portugueses precisam de previsibilidade, dizer que quer mais rendimentos e uma política fiscal com mais escalões de IRS, então é bom lembrar que até 2015 – a História faz-se com memória – que foi o Governo PSD/CDS quem se lembrou de criar uma sobretaxa de IRS, que diminuiu os escalões de IRS, cortou pensões e salários”, afirmou, sendo aplaudida pelos deputados do PS.
No sentido oposto, Ana Catarina Mendes recordou que a prioridade dos governos socialistas foi “repor rendimentos e criar empregos”.
“Nos dois anos de pandemia de covid-19, demonstrámos a diferença entre ser a esquerda ou a direita a governar. Respondemos à pandemia com solidariedade, protegendo os rendimentos”, lembrou, garantindo que o Governo vai prosseguir “um caminho de responsabilidade e de resposta” aos problemas dos portugueses.
“Este não é um Governo alheado da realidade. Este é um Governo que faz, que respeita o parlamento mesmo tendo maioria absoluta. Por isso faz pontes, estimula o diálogo e alcança compromissos. Este é um Governo para durar até 2026”, frisou.
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares referiu ainda as medidas tomadas pelo executivo para mitigar os efeitos da inflação, destacando o novo aumento em 1% dos salários dos trabalhadores da administração pública e a consagração do IVA zero em alguns produtos essenciais do cabaz alimentar, para voltar a marcar as diferenças com as políticas da direita.
“Doutor Montenegro, não acordámos hoje para os problemas do país. Ao contrário da direita, nós não somamos às dificuldades dos portugueses mais dificuldades. Respondemos solidariamente às dificuldades dos portugueses. Essa é a diferença entre quem acredita num Estado social que protege e que melhora os serviços públicos e quem não acredita”, esclareceu.