Governo lança desafio a consensos sobre capitalização das empresas
No primeiro de seis debates temáticos que o Governo solicitou à Assembleia da República para promover uma ampla discussão em torno do documento de reformas estruturais para o país, Manuel Caldeira Cabral começou por traçar um quadro sobre a situação atual do tecido empresarial português, identificando “que Portugal apresenta hoje um nível de endividamento superior e um nível de investimento abaixo dos valores verificados antes da crise”.
Defendeu, por isso, ser preciso “garantir que as empresas que querem investir têm acesso ao financiamento, para criar valor e emprego em Portugal”, sublinhando que a capitalização das empresas é uma prioridade que este Governo assumiu desde o início.
Neste contexto, o ministro da Economia recordou que foi criada, logo em dezembro, uma estrutura de missão, cujo trabalho de coordenação já ancorou o lançamento, pelo Governo, de um conjunto de fundos de capitalização e financiamento, “que deverá permitir investimentos superiores a mil e 500 milhões de euros”, e de vários instrumentos de apoio na área do turismo, assim como a apresentação, aos vários parceiros sociais e institucionais, de um conjunto de 100 medidas de capitalização e reestruturação das empresas, estruturado na alavancagem do financiamento e investimento, na reestruturação empresarial, na área da fiscalidade e na dinamização do mercado de capitais.
Dirigindo-se depois aos diversos grupos parlamentares, saudando a disponibilidade manifestada para a apresentação de contributos para o debate, o titular da pasta da Economia assinalou que as 30 medidas recentemente divulgadas pelo PSD em matéria de capitalização das empresas estão, globalmente, “alinhadas” com o programa apresentado pelo Governo. Deixou, por isso, um desafio ao principal partido da oposição, defendendo “haver espaço para construir consensos e pontes nesta matéria”.
Manuel Caldeira Cabral salientou ainda que a coincidência no diagnóstico, por parte de todos os partidos, de que existe um problema de financiamento e endividamento das empresas portuguesas, pode ajudar a que o programa apresentado pelo Governo “seja feito com o máximo de consenso possível”.