Os números foram adiantados pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, realçando, em particular, o investimento feito nos concelhos afetados pelos incêndios de grande dimensão de há seis anos, assim como o maior equilíbrio estrutural entre as duas componentes.
“Em 2017 o investimento era de 20% em prevenção e 80% no combate. Atualmente conta com cerca de 50% em cada um dos eixos”, apontou.
O governante visitou, com autarcas da região, trabalhos de recuperação de áreas ardidas, rede primária, prevenção contra incêndios rurais e regeneração natural em zonas dos concelhos de Figueiró dos Vinhos e de Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, no Pinhal Interior, salientando os principais resultados obtidos na prevenção pós 2017, nomeadamente com a aprovação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Segundo os dados oficiais, com as alterações introduzidas, houve uma “redução para metade do número de incêndios rurais, incluindo nos dias de pior meteorologia”, uma “diminuição dos incêndios rurais nos meses de verão que tiveram origem no uso do fogo”, uma “redução significativa dos incêndios com mais de 500/1000 hectares” e uma “redução da área ardida para um terço da média histórica de área ardida”, em comparação com média entre 2001/2017.
Especificamente ao nível das ações de prevenção realizadas na região do Pinhal Interior, foram intervencionados 26 mil hectares em ações de gestão de combustível, dos quais 22 mil hectares de mosaicos de gestão de combustível e rede secundária, 3.800 hectares de rede primária, 370 hectares de ações de fogo controlado e queimadas extensivas.
Foram ainda intervencionados mais de 18.000 quilómetros de rede viária florestal e efetuadas mais de 500 ações de instalação/beneficiação de pontos de água.
O Governo lançou também um conjunto de medidas de resposta, que incluem o Programa de Transformação da Paisagem (PTP), dirigido aos territórios de floresta vulneráveis, em curso no Pinhal Interior, nomeadamente nos sete concelhos afetados pelos incêndios de junho de 2017 (Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã), financiadas pelo Plano de Recuperação e resiliência (PRR).
Estão ainda em elaboração cinco Programas de Reordenamento e Gestão da Paisagem (PRGP), salientando João Paulo Catarino a constituição de sete Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) nos concelhos afetados pelos incêndios de 2017, que abrangem mais de 16,5 mil hectares, o que, em termos de investimento PRR, “perspetiva-se que ascenda a 30 milhões de euros”.
No total dos 19 concelhos do Pinhal Interior estão constituídas 38 AIGP (38% total das AIGP aprovadas), abrangendo cerca de 60 mil hectares (42% do total da área das AIGP aprovadas no país), o que em termos de investimento no âmbito do PRR, deverá ascender a 100 milhões de euros.
Foram também aprovadas 24 candidaturas ao programa Condomínio de Aldeias nos sete concelhos, num total de 1,644 milhões de euros para intervenções em 42 aldeias, estando ainda em análise outras nove candidaturas, com um investimento proposto próximo dos dois milhões de euros, com propostas de intervenção em mais 37 aldeias.
No que respeita aos concelhos do Pinhal Interior, encontram-se aprovadas 53 candidaturas, o que ascende a mais de 3,5 milhões de euros para apoiar 102 aldeias.
Para além do investimento em curso financiado pelo PRR, no âmbito do PTP, destaque ainda para o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, que conta com a aprovação de 67 candidaturas nos sete concelhos, com um investimento total de 26 milhões de euros e que representa um apoio publico de mais de 11 milhões de euros.