Governo adota medida cautelar para responder ao agravamento de contágios
Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, explicou que essa medida inclui a proibição de circulação entre concelhos e a restrição de circulação na via pública a partir das 13h00 e até às 5h00 do dia seguinte, medidas que se aplicam nos concelhos com mais de 240 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes.
“Só não se aplicam em 25 concelhos, em que o número de novos casos é inferior a 240”, completou o líder do Executivo.
Face ao agravamento do número de novos contágios verificados nos últimos dois dias, rondando os 10 mil infetados diários no país, o primeiro-ministro admitiu também que na próxima semana, em função da evolução epidemiológica, o Governo poderá tomar medidas que se imponham como mais restritivas, tendo adiantado que irá proceder à audição dos partidos e dos parceiros sociais.
“Entendemos que devíamos aguardar pelo início da próxima semana para podermos dispor de dados mais sólidos, tendo em conta que o período de Natal – seja porque houve mais circulação e um menor número de testes realizados – dava indicações bastante dispares da evolução da situação”, observou.
Ainda de acordo com António Costa, sem prejuízo da reunião que haverá na próxima terça-feira com epidemiologistas, no Infarmed, em Lisboa, “já nesta sexta-feira haverá uma reunião de emergência da Comissão Permanente da Concertação Social”, a que se juntará, também, a audição dos partidos sobre a matéria.
“Eu próprio convocarei todos os partidos para proceder ao início da sua audição já a partir desta sexta-feira, tendo em vista podermos preparar, se tal vier a ser necessário, a adoção de medidas no próprio dia 12 que correspondam a um agravamento da situação”, declarou.
António Costa descartou, no entanto, a hipótese de as medidas restritivas abrangerem uma suspensão da atividade letiva nas escolas. “Há um grande consenso hoje entre os técnicos e os especialistas de que não se justifica afetar o funcionamento do ano letivo. Não devemos ter medidas que impliquem, como adotámos no ano letivo passado, a interrupção da atividade letiva”, afirmou, assinalando a sua “esperança” de que o aumento de casos dos últimos dois dias não se prolongue até à próxima semana.
“O que temos feito até agora é fazer incidir as medidas sobre o fim de semana, um passo em frente significa estender ao resto da semana esse tipo de medidas, portanto, adotar medidas de confinamento mais geral, do tipo que adotámos em março passado. Não queria estar a antecipar medidas, como a esperança é a última a morrer, devemos ter a esperança de que os números de ontem e hoje sejam ainda um ajustamento do período que vivemos nas últimas semanas e que os dados daqui até dia 12 não confirmem esta evolução. Se o confirmarem, é necessário fazer o que é necessário fazer”, garantiu.