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“Governar é muito mais difícil do que protestar”

Ana Catarina Mendes esteve ontem na Federação da Área Urbana de Lisboa a encerrar a Universidade de Verão do Departamento Federativo das Mulheres Socialistas e da Juventude Socialista da FAUL.

Durante o encerramento, a Secretária-geral Adjunta relembrou o que disse Casimiro Ferreira na rentrée politica do PS: “o socialismo é esta inquietude permanente perante o futuro esperançoso de ser mais igual e mais justo.

E creio, meus caros camaradas, que o dia de hoje nos convoca a que todos nós saibamos o que é ser socialistas, porque é essa palavra que nos define, os socialistas que têm no seu ADN a liberdade, a democracia, a tolerância, a inclusão de todos. Nós [o Partido Socialista] não renunciámos ao Socialismo, nós aprofundámos o Socialismo.

Nós aprofundámos a nossa capacidade de diálogo e de compromisso com todas as forças políticas sem excluir nenhuma daquelas que quisesse deixar o protesto para passar a construir. E é essa responsabilidade que eu vos quero falar. É que governar é muito mais difícil do que protestar. Governar é uma responsabilidade diária“.

O PS não pode deixar-se capturar por outras forças” disse Ana Catarina, mas “Deve trabalhar com elas, deve saber honrar os seus compromissos, deve saber construir soluções que são as melhores para os nossos cidadãos. Mas isso não nos retira a nossa identidade de socialistas

É por isso, meus caros camaradas, que a agenda que nós estamos a fazer, eu devo-vos dizer, é uma agenda progressista que nós estamos a conseguir fazer, numa europa que está em ruínas, e não tenhamos medo das palavras. Uma Europa que é incapaz de perceber que assim já não vamos lá, que o caminho federalista era o melhor caminho, neste momento, para todos nós.” defendeu Ana Catarina.

Saibamos nós o que é a soberania nacional sem nos perdermos daquilo que é essencial. E o que é essencial aprofundar neste espaço de liberdade, este espaço de paz, este espaço de coesão social, que os socialistas sempre defenderam, e sempre continuarão a defender.” declarou Ana Catarina Mendes.

E por isso, quando nos dizem que nós somos um país exemplar na integração dos emigrantes e dos refugiados, não somos mais integradores só porque é bonito para a estatística de “quantos refugiados nós recebemos”. Nós somos integradores porque, mais uma vez, é o nosso património genético, é a nossa defesa da Igualdade, é a nossa defesa da inclusão e da coesão que faz com que nós consigamos receber estes seres humanos que fugiram à guerra, que fugiram à tortura, e que procuram no nosso país uma vida melhor, e nós temos obrigação de saber encontrar um espaço de educação, um espaço de saúde, um espaço de justiça, a capacidade de os integrar e de serem parte de nós” afiançou a Secretária-geral Adjunta.

O Partido Socialista tem demonstrado claramente que a questão dos refugiados é um tema em que o partido lidera quer na acção quer na discussão. Já no passado recente o Partido Socialista discutiu este tema durante o “PS de Portas Abertas”, na antevisão do 21º Congresso. Este debate foi um dos muitos debates que o PS realizou quer na antevisão do 21º Congresso, quer durante o próprio congresso e que teve seguimento com os vários paneis da Conferência Socialista 2016, na rentrée política, mostrando que o PS está disponível discutir tudo com todos. E “é porque verdadeiramente nós somos um partido plural, e não um partido do pensamento único”, que o Partido permite que todas as suas opiniões sejam refletidas em todos os fóruns, algo que “nos enriquece”, “caso contrário não teríamos feito tanto como fizemos nestes 40 anos de democracia em Portugal”.

Numa sala que várias vezes a interrompeu com o som de palmas, Ana Catarina teve tempo para deixar ainda uma última nota referente a outro tema muito caro ao Partido Socialista e ao valor da Igualdade: a Igualdade de Género “e a luta que tem sido travada.” “E é por isso eu acho que era natural no Partido Socialista, aceitar mais participação das mulheres. Mas para maior participação das mulheres nós temos de ser capazes de também cá dentro alterar alguns hábitos.

Ana Catarina aproveitou para anunciar dois dos critérios “absolutamente essenciais” para as eleições autárquicas do próximo ano.

O primeiro critério é “pelo menos 20% de jovens nas listas autárquicas, porque nós temos de ter mais jovens capazes de ajudar, mas de aprender também com os mais velhos” adiantou a Secretária-geral Adjunta para responder à necessidade de “formar quadros“, oportunidade que o Partido Socialista deve dar aos jovens socialistas “que são capazes e que querem dar um contributo à sociedade, nós queremos que façam parte das listas do Partido Socialista, e é um apelo que temos feito em todas as estruturas do PS.

Como segundo critério Ana Catarina Mendes afirmou que o Partido Socialista quer aumentar o número de mulheres nas listas.

Gostaríamos também que fugíssemos da letra dos estatutos dos 33%, e que mais mulheres possam, sobretudo nos grandes municípios, onde vai ser mais fácil, possam introduzir já essa novidade de haver mais mulheres, de preferência 50%, era o ideal.

E que marca melhor havia para dizer, em dezembro deste ano, que 40 anos depois nós estamos a aprofundar a democracia e a democracia aprofunda-se também naquilo que são gestos que nós damos. Maior participação de mulheres nas próximas listas autárquicas” conclui Ana Catarina.