Foi a direita quem deu uma grande cambalhota
“A última coisa que um primeiro-ministro deseja é demitir-se e a última coisa que deseja é que haja uma crise política”, salientou António Costa, na entrevista que concedeu à TVI, notando que foi seu objetivo “antecipar um problema e evitar que o problema existisse”.
“Irresponsabilidades desta natureza têm imediata tradução na forma como as pessoas olham para a estabilidade” do Orçamento do Estado português e para a dívida pública, o que “tem consequências”, defendeu, sublinhando que não é possível “brincar aqui”, nem “comprometer o país desta forma para orçamentos futuros”.
“Quem criou esta situação e mudou de posição não foi o Governo”
António Costa vincou também uma forte crítica ao comportamento dos partidos da direita, observando que, nestes últimos dias, o país tem visto “quer o PSD, quer o CDS, aparentemente a contradizerem aquilo que votaram na comissão parlamentar”, apontando que “quem deu aqui uma grande cambalhota” foi a direita, viabilizando “à 25ª hora aquilo que nunca tinham viabilizado anteriormente”.
“O que eu retiro do que diz o Dr. Rui Rio e a Dra. Assunção Cristas é que manifestamente eles não sabiam sequer o que estava a ser votado na comissão parlamentar e foi aprovado com os votos do PSD e CDS”, acrescentou, reiterando o desafio.
“Se votaram sem saber o que estavam a votar, há um remédio simples, que é, na votação final global, votam contra. Se, entretanto, ponderaram melhor e se arrependeram do que votaram, também têm bom remédio, votam contra”, concretizou