Expansão do Terminal de Sines é manobra de propaganda
“O Governo entrou definitivamente em campanha eleitoral com uns largos meses de antecedência”, considerou a antiga administradora do Porto de Sines, Lídia Sequeira.
“Expansão do terminal ou manobra de propaganda?”, pergunta Lídia Sequeira, referindo que o que se passou ontem em Sines com a presença em força do Governo “foi o reconhecimento público do desinteresse que terá sido manifestado pelo operador de Singapura quanto ao investimento que se tinha proposto fazer de 70 milhões de euros para a expansão do atual cais para 1250 m com a contrapartida de a Administração do Porto de Sines (APS) garantir o aumento do molhe de proteção do cais”.
Recorde-se que essa proposta, apresentada à Administração do Porto de Sines em 22 de agosto de 2012, foi analisada pelos serviços nas vertentes jurídica, técnica, económica e financeira e objeto de parecer do LNEC, tendo sido o processo submetido à tutela, devidamente instruído e acompanhado dos Termos de Referência para a elaboração de EIA do projeto de expansão, em 22 de fevereiro de 2013.
Segundo Lídia Sequeira, “ao desinteresse manifestado pela tutela numa primeira fase e a um longo processo dito negocial depois, o operador manifestou o seu desinteresse no projeto a que se seguiu esta manobra de diversão que corresponderá ao investimento, sem um compromisso formal, em equipamento de movimentação de contentores e ao eventual aproveitamento do topo norte do Terminal XXI”.
Na cerimónia onde, segundo Lídia Sequeira, “se procurava esconder o fracasso das negociações goradas pelo desinteresse e a falta de visão estratégica do Governo”, o primeiro-ministro declarou que esta seria uma forma de avançar na Fase 3 de expansão do Terminal XXI enquanto continuavam a decorrer as supostas negociações
A antiga administradora do Porto de Sines espera agora que “um novo Governo de Portugal encare Sines como um ativo estratégico nacional e recupere com a expansão do terminal de contentores de Sines o objetivo perdido de garantir a localização no nosso país de um dos maiores terminais de contentores da Europa”.
ZERO Foi o apoio do Governo em dinheiros públicos para a expansão do Terminal XXI. Mas não deixou de marcar presença em Sines, com direito a discurso do primeiro-ministro |