home

Estabilidade com investimento, crescimento e emprego

Estabilidade com investimento, crescimento e emprego

A bancada do Partido Socialista desafia o Governo a rever o Programa de Estabilidade 2015-2019 no sentido da promoção do investimento, do crescimento e do emprego.

Notícia publicada por:

PS quer contratação coletiva na concertação social

Neste sentido, o PS leva a debate, na Assembleia da República, um projeto de resolução subscrito pelo líder do Grupo Parlamentar, Eduardo Ferro Rodrigues, e pelos deputados Vieira da Silva, João Galamba, Pedro Nuno Santos e Eduardo Cabrita.

No texto do projeto, recomenda-se ao Executivo Passos/Portas que proceda à revisão do Programa de Estabilidade com vista ao desenvolvimento de “uma nova estratégia” e à inclusão de medidas que “eficazmente promovam o investimento, o crescimento e o emprego”, bem como de políticas que “reforcem os mínimos sociais de combate à pobreza e às desigualdades e que deem resposta aos elevados níveis de precariedade laboral e social”.

Os parlamentares socialistas sublinham igualmente a necessidade de considerar como “prioritárias”, no Programa Nacional de Reformas 2015, um conjunto de iniciativas que “relancem o crescimento sustentado da economia, designadamente a correção do défice histórico das qualificações, a modernização do Estado, incluindo uma administração pública mais qualificada, a renovação urbana inteligente e a eficiência energética, a inovação empresarial e o financiamento e capitalização do tecido económico”.

Deste modo, o PS volta a exortar o Governo e a maioria de direita que o sustenta a abandonar “a opção ideológica quase obsessiva” que levou à aplicação de medidas de austeridade que foram muito além do estabelecido no Memorando de Entendimento assinado com a troica em 2011 e que teve efeitos gravosos para os portugueses, destruindo também o tecido produtivo e o emprego no país.

Agenda ideológica da direita é verdadeiro travão

Ao analisar o período em que vigorou o Programa de Assistência Económica e Financeira a que o país esteve sujeito desde 2011, o PS sublinha que é possível concluir que “o verdadeiro constrangimento do Governo” para implementar as medidas necessárias à promoção da economia, da competitividade, do emprego e da valorização de competências, “não foi a troica, mas sim uma agenda ideológica”.

“O Programa de Estabilidade 2015-2019 agora apresentado, caracteriza-se, no essencial, pela continuidade das políticas dos últimos anos, persistindo na inexistência de medidas efetivas e eficazes para a promoção do investimento, para o crescimento económico e para o apoio ao emprego”, apontam os deputados do PS, lamentando que o Governo persista e insista “em medidas de caráter recessivo, como a medida para a sustentabilidade da Segurança Social, que corresponde a uma decisão de corte de 600 milhões de euros nas pensões em pagamento, assim como à manutenção até final do horizonte do Programa de Estabilidade de medidas recessivas extraordinárias no domínio da fiscalidade e dos rendimentos.

A este propósito, João Galamba declarou que “a grande diferença entre as propostas do Governo e do PS é a seguinte: enquanto o PS tem políticas para apoiar rendimentos e procura interna, o que justifica as suas previsões, o Governo tem o oposto”.

“Não há maior descredibilização do que isto: o Governo prevê crescimento da procura interna, mas assume políticas que a penalizam, como o corte de pensões e o adiamento da reposição dos cortes salariais e da sobretaxa para o fim da legislatura”, frisou, desafiando Pedro Passos Coelho a sujeitar “as medidas apresentadas, pouco transparentes e sem dados no seu Programa de Estabilidade, ao modelo que o PS utilizou no seu relatório para calcular os efeitos e, aí sim, comparar” os resultados das medidas”.

O Partido Socialista considera, por outro lado, que “o compromisso de Portugal com a Europa passa necessariamente pelo relançamento do crescimento económico”, tendo presente o “objetivo de consolidação das finanças públicas, e pela correção dos desequilíbrios de competitividade entre os países da Zona Euro”, através de um “conjunto coerente de políticas que promovam o crescimento e o emprego”.

Programa de Governo que este Governo já não consegue esconder:

• Reduzir os custos do trabalho para as empresas;
• Promover a desconfiança no sistema público de pensões, através da decisão de cortar em 600 milhões de euros as pensões em pagamento, cujo discurso assenta numa suposta insustentabilidade sem retorno da Segurança Social, necessário para justificar a introdução do plafonamento;
• Sob o desígnio de uma reorganização administrativa, diminuir o Estado, e muito em particular o Estado Social.