Falando no final da visita que ontem efetuou às obras de expansão do Metro de Lisboa, depois de ter percorrido a pé cerca de dois quilómetros no novo troço entre as estações da Estrela e Santos, duas das estações que vão integrar a futura linha circular, ligando-se às atuais linhas verde, através do Cais do Sodré, e amarela, a partir do Rato, o primeiro-ministro voltou a lembrar que “cabe inteiramente ao Governo” a opção de construir uma linha circular no Metro de Lisboa, uma escolha, como salientou, que mereceu a oposição quer do PSD, “incluindo do atual presidente da autarquia, Carlos Moedas”, quer do PCP.
Para António Costa, que tinha a seu lado os ministros da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, a futura expansão do Metro à zona ocidental da cidade, designadamente a Alcântara, através da linha vermelha, “constituirá uma revolução em termos de mobilidade”, insistindo na ideia de que a futura linha circular “terá uma importância crucial” para aumentar a fluidez da circulação na cidade.
O primeiro-ministro fez também questão de realçar a importância da futura ligação entre as estações do Rato e do Cais do Sodré, lembrando que estes cerca de mais de dois quilómetros vão permitir a quem estiver em Alvalade, por exemplo, e queira ir para a zona do Rato, “o possa fazer sem ter que dar a volta a que agora é obrigado”.
Sublinhando que esta foi uma obra definida como prioritária para a cidade ainda no tempo em que o atual ministro das Finanças, Fernando Medina, liderava a Câmara Municipal de Lisboa, o primeiro-ministro voltou a insistir que o Governo, ao apostar na expansão da rede do Metro da capital, para além de estar a olhar para a questão decisiva da mobilidade, quis também enquadrar esta expansão na luta contra as alterações climáticas, garantindo tratar-se de uma obra que vai, de forma inegável, “ajudar ao desenvolvimento do conjunto da economia”.
Avançar com o TGV
Nesta visita às obras de expansão do metropolitano de Lisboa, o primeiro-ministro teve ainda ocasião para, uma vez mais, alertar para as condições ímpares de que o país hoje dispõe para poder avançar, “já este mês”, com o comboio de alta velocidade, afirmando que nem os países mais ricos se podem dar ao luxo de “desperdiçar um financiamento de 750 milhões de euros” para uma obra “que é estrutural para o desenvolvimento do país”. Um risco que só sucederia, como mencionou, caso Portugal “não abrisse até ao final deste mês de janeiro, a data limite, o concurso para a apresentação de candidaturas”.
António Costa congratulou-se também com o facto de o país ter conseguido ultrapassar a fase em que, “por falta de maturidade do projeto”, designadamente “por não ter lançado o concurso de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Braga e Vigo”, se viu arredado do acesso ao financiamento da União Europeia. Um cenário que está hoje “completamente ultrapassado”, não havendo, por isso, como salientou, qualquer entrave para que o comboio de alta velocidade entre Lisboa e Vigo não avance.
Aos jornalistas, o primeiro-ministro lembrou ainda que, desde o primeiro dia, o PS fez questão de inscrever nos seus programas de Governo que todas as obras públicas a realizar em Portugal fossem aprovadas com um consenso alargado de pelo menos dois terços dos deputados da Assembleia da República, uma exigência, como lembrou, que levou à apresentação no Parlamento do Plano Nacional de Investimentos, documento que reuniu “os projetos mais relevantes nas áreas da mobilidade e do ambiente até ao final da década”, que foi votado e aprovado “por quase três quartos dos deputados”.