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Exigência do BE ao Governo “não era um acordo, era uma encenação”

Exigência do BE ao Governo “não era um acordo, era uma encenação”

A presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, instou hoje o Bloco de Esquerda a falar a verdade no Parlamento relativamente ao diálogo com o Governo e garantiu que o que os bloquistas exigiram ao Executivo do Partido Socialista, durante as negociações para o Orçamento do Estado para 2022, “não era um acordo, era uma encenação”.

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Ana Catarina Mendes

“Eu percebo o incómodo, no dia de hoje, do Bloco de Esquerda não saber o que dizer aos portugueses que confiaram, em 2019, num Governo liderado pelo Partido Socialista com o apoio à esquerda, mas isso não lhe dá o direito de defraudar as expectativas dos portugueses com inverdades”, começou por afirmar a dirigente socialista num pedido de esclarecimento ao deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares.

Ana Catarina Mendes alertou que não é correto “falsear a verdade” quanto ao diálogo do Governo com os partidos à esquerda. “Na anterior legislatura houve muito diálogo promovido pelo Partido Socialista, promovido pelo Governo, mas houve, nesta legislatura, muito diálogo e os primeiros a quebrar essa vontade de diálogo foram os senhores no dia da negociação, com uma página A4, que impediram que houvesse um acordo escrito, porque sabiam que o que estavam a pedir ao Governo do Partido Socialista não era um acordo, era uma encenação”, salientou.

Para a líder parlamentar do PS, foram os deputados bloquistas que “defraudaram os eleitores que confiaram numa maioria de esquerda quando, o ano passado, votaram contra o Orçamento do Estado mesmo com propostas dialogadas e inscritas pelo Bloco de Esquerda”.

Ana Catarina Mendes denunciou mais uma inverdade: “Votar contra este Orçamento por causa das leis laborais é falso, porque elas não estão em discussão no Orçamento, mas está a disponibilidade do Governo, na segunda-feira manifestada mais uma vez neste plenário pela senhora ministra do Trabalho, para continuarmos a trabalhar sobre as propostas da Agenda Digna para o Trabalho”.

A presidente da bancada do Partido Socialista continuou a assinalar as contradições do BE, quando, por exemplo, fala em pensões. “Os senhores deputados é que se preparam para, logo à tarde, votar contra o aumento das pensões. Não apenas das pensões mais baixas, mas das pensões até 1.100 euros”, frisou.

Já sobre a saúde, Ana Catarina Mendes lembrou quando os bloquistas, no ano passado, “queriam um Orçamento com mais saúde” e pediram 800 milhões de euros de aumento no Orçamento para 2021. Ora, o Governo inscreveu mil milhões de euros e, mesmo assim, os deputados do Bloco de Esquerda “votaram contra”. O Orçamento para 2022 “consagra 700 milhões de euros de investimento no Serviço Nacional de Saúde, que os senhores votarão contra”, lamentou a socialista.

“Autonomia da contratação? Nós colocámos na lei de bases da saúde, feita à esquerda”, indicou a dirigente socialista.

À bancada do Bloco de Esquerda, Ana Catarina Mendes garantiu que “não basta dizer que é de esquerda”, quando, afinal “votam contra o melhor Orçamento para o povo, um Orçamento de Esquerda”.

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