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Evolução da pandemia impõe restrições de circulação em 45 concelhos

Evolução da pandemia impõe restrições de circulação em 45 concelhos

O Governo decidiu ontem aplicar medidas mais restritivas nos 45 concelhos que apresentam atualmente um risco elevado ou muito elevado (240 ou mais casos por 100 mil habitantes) de incidência de Covid-19, determinando, para esses territórios, uma limitação da circulação na via pública entre as 23h00 e as 05h00, com efeito já a partir desta sexta-feira.

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Mariana Vieira da Silva, Conselho de Ministros

No final da reunião de Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, observou que a “maioria do território continental” regista níveis de incidência abaixo de 120 por 100 mil habitantes, mas que “há uma deterioração da situação face às últimas semanas”, com a Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo, o Algarve e outros concelhos de outras regiões acima deste valor.

“Na última semana a situação voltou a deteriorar-se: o Continente tem, neste momento, uma incidência de 176,9 e um R de 1,15, sendo o R mais baixo do que na semana passada, mas a incidência mais elevada”, referiu, acrescentando que se verifica ainda “um crescimento significativo dos concelhos que estavam em alerta, sendo agora 21, que começarão a ter restrições na próxima semana se a situação se mantiver”.

Risco muito elevado

Os concelhos de risco muito elevado são agora 19, com Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sintra e Sobral de Monte Agraço, a juntarem-se a Albufeira, Lisboa e Sesimbra.

Para além da limitação de circulação na via pública, as regras aplicáveis nestes 19 municípios incluem o teletrabalho obrigatório sempre que as funções o permitam; espetáculos culturais só até às 22h30; o funcionamento de ginásios sem aulas de grupo; a proibição das modalidades desportivas de alto risco; casamentos e batizados com lotação máxima de 25%; restaurantes, cafés e pastelarias com funcionamento até às 22h30 durante a semana e até às 15h30 ao fim-de-semana e feriados, com máximo de 4 pessoas por grupo no interior e de 6 pessoas por grupo em esplanada; comércio a retalho com funcionamento até às 21h00 durante a semana, sendo que ao fim de semana e feriados o retalho alimentar funciona até às 19h00 e o não alimentar até às 15h30.

Risco elevado

Já os concelhos de risco elevado subiram de 14 para 26, sendo agora Alcochete, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Aviz, Braga, Castelo de Vide, Faro, Grândola, Lagoa, Lagos, Montijo, Odemira, Palmela, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Sardoal, Setúbal, Silves, Sines, Sousel, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

Nos concelhos de risco elevado, para além da limitação de circulação na via pública e da obrigatoriedade do regime de teletrabalho, restaurantes, cafés e pastelarias funcionam até às 22h30, com até 6 pessoas por grupo no interior e até 10 pessoas por grupo em esplanada; os espetáculos culturais têm os mesmos horários da restauração; e o comércio a retalho funciona até às 21h00. Casamentos e batizados são permitidos com 50% da lotação, tal como a prática de todas as modalidades desportivas, sem público. É ainda permitida a prática de atividade física ao ar livre e em ginásios, assim como de eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção-Geral da Saúde (DGS)..

Proibição de entrar e sair na AML mantém-se no fim de semana

A proibição de circular de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) vai manter-se também no próximo fim de semana, com aplicação entre as 15h00 de desta sexta-feira e as 06h00 de segunda-feira, observando as exceções previstas na lei.

“Não temos uma situação epidemiológica que nos permita levantar medidas ou dar qualquer imagem de menor restrição neste momento. Por isso, a regra mantém-se”, justificou a ministra da Presidência.

Mariana Vieira da Silva detalhou ainda, na conferência de imprensa, que “a evolução da incidência é significativamente mais alta e crescente nos grupos dos 15-29 anos, 30-34 anos e 0-14 anos, ainda é alta nos 45-59 anos”, sendo, contudo, “significativamente mais baixa nos grupos etários já vacinados”, o que, como apontou, “significa que as vacinas resultam e que estamos numa corrida entre a infeção e as vacinas”.

“Quanto mais protegermos os níveis da incidência enquanto as pessoas possam ser vacinadas mais defendemos a situação do nosso país”, frisou.

Advertindo que não estão ainda reunidas condições “para considerar a pandemia controlada”, a governante reiterou “o apelo a todos para que continuem a cumprir as regras e evitem comportamentos de risco”, lembrando que é necessário “manter as regras de distanciamento social, evitar os ajuntamentos, utilizar máscaras e manter a higiene respiratória e de mãos”.

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