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Europeias são um teste à aliança das esquerdas com o Governo

Europeias são um teste à aliança das esquerdas com o Governo

As eleições europeias do próximo ano poderão ser um excelente e “interessante teste” para avaliar a consistência da aliança do Governo com os partidos à esquerda do PS, sustentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, numa entrevista conjunta ao jornal Público e à Rádio Renascença.

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Europeias são um teste à aliança das esquerdas com o Governo

Nesta entrevista, o ministro Augusto Santos Silva foi claro ao ter considerado que as eleições europeias que terão lugar em 2019, para além de serem “muito importantes no plano europeu e interno”, podem também constituir, eventualmente, um “teste interessante” para aquilatar a solidez da aliança do Governo “com as esquerdas” lembrando, a este propósito, as diferentes posições, “senão mesmo contraditórias”, de BE e PCP em relação às políticas europeias assumidas e defendidas desde sempre pelo Governo e pelo PS, mostrando-se, contudo, convicto de que os dois partidos à esquerda dos socialistas “procederão na campanha das europeias de forma a não enfraquecer a atual solução política”, nem a porem em causa as posições de Portugal junto das instâncias da União Europeia.

Para Augusto Santos Silva, as eleições europeias, no plano interno, a apenas cinco meses das legislativas em Portugal, acarretam uma carga extra, numa altura, como referiu, em que se assiste ao “recrudescimento de forças xenófobas e populistas” um pouco por toda a Europa, fenómeno que importa não escamotear.

Quanto a uma eventual “renovação da atual solução política”, Augusto Santos Silva, desejando-a, lembrou, contudo, que ela “exigirá um nível de comprometimento de todos os partidos superior àquele que se verifica neste mandato”, manifestando a convicção de que um novo acordo terá de pressupor significativos avanços, designadamente, como salientou, no que respeita às políticas estruturais, como as da área do “ambiente, transição energética, política económica e também na política externa e europeia”, lamentado o “impasse” que se verifica nas negociações com o ‘Brexit’, recordando o ministro dos Negócios Estrangeiros que o referendo, que teve lugar no Reino Unido para saber se os britânicos queriam ou não permanecer na União Europei,a aconteceu em junho de 2016, correndo-se o risco real, como sustentou o governante, de “chegarmos a outubro com a negociação bloqueada como está agora”.

Para Augusto Santos Silva, a “pior coisa que podia acontecer” era que no dia 29 de março, dia em que o “artigo 50 é ativado”, não houvesse nenhum acordo, nem sobre o período de transição, nem sobre o futuro, acrescentando que os britânicos estão agora a constatar e a “aprender” que o processo de integração europeia é um facto “tão presente na nossa vida quotidiana e na organização da nossa sociedade” que é preciso “ter muito cuidado quando se o põe em causa”.