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Europeias: Governo fez propaganda para criar ideia de que estava a governar

Europeias: Governo fez propaganda para criar ideia de que estava a governar

A deputada Ana Catarina Mendes assinalou hoje que, três meses depois das legislativas, “os portugueses confirmaram o PS como o maior partido português” nas eleições europeias, e acusou o Governo de fazer propaganda durante a campanha para “criar a ideia falsa de que estaria a governar”.

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“O grande vencedor destas eleições europeias foi, inequivocamente, o Partido Socialista”, congratulou-se a parlamentar naquela que foi a sua última intervenção na Assembleia da República antes de tomar posse como eurodeputada no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A deputada do PS sublinhou que os que “estão contra a ideia de uma Europa humanista, solidária, respeitadora dos direitos humanos saíram claramente derrotados”, tendo sido confirmada a “vitória dos democratas e dos europeístas”.

Ana Catarina Mendes criticou depois o Governo português por ter procurado “condicionar o resultado das eleições pela sua intervenção direta na campanha eleitoral, ignorando as advertências da Comissão Nacional de Eleições”.

A cada semana, encarregou-se de “fazer uma catadupa de anúncios procurando, pela propaganda, criar a ideia – que é falsa – de que estaria a governar”, lamentou.

Dirigindo-se às bancadas da AD, Ana Catarina Mendes explicou que “governar não é anunciar ou inaugurar, governar não é fazer oposição ao anterior Governo, governar é mesmo encontrar resposta para os problemas dos portugueses”.

Perguntando o que “sobra de todos estes anúncios, para além da derrota na noite eleitoral”, a socialista vincou que “sobram promessas sem prazo para que a validade não possa ser nunca escrutinada por esta Assembleia da República”, e ainda “o desmentido de toda uma narrativa do Governo que colocava em causa a credibilidade de Portugal junto da União Europeia”.

“Em apenas dois meses, o Governo foi desmentido três vezes pela própria Comissão Europeia; primeiro nas contas públicas, com a confirmação do comissário de que a situação portuguesa era sólida; depois na execução do PRR, com a comissária a confirmar que a execução portuguesa estava acima da média europeia; e, finalmente, no domínio das migrações, depois do fantasma lançado, o desmentido categórico sobre uma suposta suspensão de Portugal do espaço Schengen”, recordou.

Mas também o Banco de Portugal desmentiu o executivo de Luís Montenegro, desde logo sobre a “narrativa das contas que não estavam certas”. “E confirma aquilo que o PS tem vindo a dizer desde a campanha eleitoral das legislativas: com as medidas do programa da AD, Portugal voltará, no próximo ano, ao défice excessivo orçamental”, frisou a parlamentar.

Criticando a “irresponsabilidade” de “desbaratar a credibilidade conquistada ao longo destes oito anos”, Ana Catarina Mendes salientou que “com o PS houve sempre avanços no projeto europeu e na Europa social”, sendo bem visível a “diferença entre a solidariedade dos socialistas e a resposta com a austeridade da direita”.

Ana Catarina Mendes aproveitou a sua declaração política para se despedir do Parlamento, para o qual foi eleita pela primeira vez há 25 anos “com a certeza e a responsabilidade de que uma eleição para deputado à Assembleia da República significa honrar aqueles que se bateram pela democracia”.

A deputada do Partido Socialista comentou também a probabilidade de António Costa se candidatar à liderança do Conselho Europeu e saudou “o apoio que o atual Governo manifestou à eventual candidatura”.

“Podemos vir a ter à frente do Conselho Europeu um europeísta convicto, um defensor radical da democracia e dos direitos humanos, um homem de diálogo e de construção de consensos, que demonstrou que há alternativa às soluções de austeridade defendidas pela direita, tão importante nesta etapa da União Europeia”, defendeu Ana Catarina Mendes, considerando que “António Costa é o homem certo nos próximos cinco anos para liderar o Conselho Europeu na procura de respostas comuns”.

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