“Felizmente o processo de vacinação começa a dar-nos a confiança de que vamos poder viver com a pandemia controlada, os primeiros sinais da nossa economia sinalizam uma retoma robusta, em que vamos cumprir este ano com o objetivo de voltar a convergir com a UE. Temos neste momento um conjunto de desafios empolgantes – a execução do PRR ou do plano de recuperação de aprendizagens dos alunos -, todos aqueles desafios que, neste momento, se colocam ao país. E é isso que vai estar no centro do debate deste congresso”, afirmou o líder socialista, em entrevista à RTP.
Lembrando que Portugal está a sair de um ano muito difícil, no qual cerca de um milhão de pessoas foram infetadas por Covid e 18 mil perderam mesmo a vida, em que muitos trabalhadores perderam rendimentos e os seus empregos, e em que muitos empresários lutaram para manter as suas empresas, António Costa sublinha, contudo, que foi possível tomar um conjunto de medidas que permitiram que o desemprego não fosse o dobro e que o impacto na queda do PIB fosse apenas metade do que se estimava.
Num momento que considera agora “tão decisivo para o país”, o Secretário-geral do PS garante estar “200% focado naquilo que é fundamental”: a “oportunidade histórica” que o país tem pela frente de transformação estrutural da sua sociedade e da sua economia. “É esse o desafio que temos e é para isso que estamos aqui”, afirmou.
PS com ambição e de “mangas arregaçadas” para ganhar as autárquicas
A par com este desafio, apontou, coloca-se também o próximo mandato autárquico, que António Costa considera ser “decisivo” para concretizar no terreno o desafio de transformação do país. A um mês das eleições, o congresso vai ser também “o arranque” para a campanha, com o líder socialista a garantir estar “de mangas arregaçadas” para vencer este combate e traçando “um objetivo claro”: manter a maioria dos municípios e das freguesias.
“Temos a energia, a vontade e a ambição de continuar a ser o maior partido nas autarquias”, acentuou.
Sobre as negociações para a viabilização do próximo orçamento, o líder socialista revelou que, logo após o encerramento da sessão legislativa, houve uma reunião de trabalho com todos os parceiros, da esquerda parlamentar e com o PAN, para identificar as principais preocupações, tendo sido definido um calendário de trabalho que se vai desenrolar para este orçamento, como o foi para os anteriores.
Segundo realçou ainda António Costa, ficou provado, no exigente contexto da pandemia, que era possível enfrentar esta crise com bons resultados, recusando a austeridade e investindo na solidariedade, pelo que considera haver razões e condições para viabilizar um bom OE para 2022.
“Não há nenhuma razão para que não haja um bom acordo”, concluiu.