Estado tem dado primeira prioridade aos lares de idosos
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista reiterou hoje, no Parlamento, a importância dos vários programas de apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) lançados pelo Governo durante a pandemia, com o deputado João Paulo Pedrosa a salientar o reforço de trabalhadores nos lares de idosos e o sucesso da vacinação nas instituições que não têm surtos, e a socialista Sónia Fertuzinhos a pedir aos partidos para não fazerem do debate um “concurso sobre quem defende mais as pessoas idosas que residem em lares”.
O deputado do PS João Paulo Pedrosa frisou, durante o debate de atualidade agendado pelo PCP sobre os problemas nos lares de idosos, que é o Estado que, “através dos mínimos sociais, tem cuidado de dar primeira prioridade ao trabalho dos lares”.
O socialista deu alguns exemplos, como a realização de 4.221 visitas conjuntas de acompanhamento dos planos de contingência dos lares, a entrega de 1,9 milhões de equipamentos de proteção individual, o programa Adaptar Social + – um sistema de incentivos à adaptação da atividade das respostas sociais ao contexto da pandemia –, a realização de “220 mil testes, que evitaram 650 surtos, duas mil ações de formação para 27 mil pessoas através da sociedade civil e das Forças Armadas”, e ainda o reforço de 14 mil trabalhadores em 1.645 instituições.
João Paulo Pedrosa recordou depois uma entrevista recente de Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, ao jornal i, em que disse que “a Cruz Vermelha tem feito um trabalho extraordinário. Não é por falta de dinheiro que as pessoas não têm chegado aos lares”.
De facto, as críticas “têm vindo a abrandar”, o que é “um sentido de responsabilidade muito grande”, salientou o socialista, que recordou que a deputada social-democrata Clara Marques Mendes tem utilizado sempre “a questão dos lares ilegais como bandeira política do PSD”. Ora, “como ficou demonstrado a semana passada que o Governo tinha ido quase à exaustão na identificação dos lares ilegais”, não sendo possível nomear mais nenhum lar ilegal que estivesse por vacinar, hoje a deputada “deixou esse tema na gaveta e ainda bem que o fez, porque a resposta que o Governo tem dado tem sido extraordinária”, assinalou.
“Nós já vacinámos – tirando aqueles que têm surtos e não podem ser vacinados – todos os idosos em lares, o que é um grande ganho”, congratulou-se o parlamentar.
Já a deputada do PS Sónia Fertuzinhos relembrou que “há, desde o início, uma estratégia para identificar todos os lares ilegais e todos os dias estão vários agentes no terreno, a nível nacional e a nível local, para identificar esses mesmos lares ilegais e proteger as pessoas que lá estão”.
João Paulo Pedrosa lamentou ainda que o deputado do Chega, André Ventura, tenha “criticado o facto de Portugal ter pedido ajuda e ter pedido a solidariedade num momento tão difícil”. “Daquilo que foram as suas palavras, o senhor deputado entende que as pessoas necessitadas deste país devem continuar a sofrer como símbolo do seu martírio. E nós achamos que a solidariedade é uma virtude social do comportamento dos portugueses”, sublinhou o socialista, que afirmou que “os portugueses têm sido muito solidários” nesta pandemia e considerou que recorrer “à solidariedade internacional é muito bom, porque é a favor dos nossos idosos e daqueles que sofrem”.
Referindo-se às críticas ouvidas durante o debate, Sónia Fertuzinhos alertou que “corre o risco de perder eficácia se fizermos tábua rasa das medidas que têm sido adotadas pelo Governo desde o início da pandemia”.
Deixa também de ser eficaz “se fizermos do debate uma espécie de concurso sobre quem está mais preocupado, quem defende mais as pessoas idosas que residem em lares, como parece que alguns partidos querem fazer destes debates”, frisou.
A deputada do PS concluiu a sua intervenção garantindo que “o Governo tem, desde o início, tido a capacidade de agir e de acompanhar a evolução da pandemia com as medidas certas”.