Lembrando que o último Executivo de direita negociou “o corte de pensões aos portugueses na Europa”, Ana Catarina Mendes frisou que o Governo do PS negociou “um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que vai garantir a recuperação económica do nosso país. É a isto que se chama não falhar”. A dirigente socialista falava durante a interpelação ao Governo, requerida pelo CDS, sobre a gestão da pandemia de Covid-19.
“Fico absolutamente espantada com as certezas que a direita tem perante a incerteza que esta pandemia nos trouxe”, principalmente quando, “ao longo de 15 meses, não se ouviu uma resposta de combate a esta pandemia” por parte destes partidos, mas apenas “críticas”, salientou a presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Dirigindo-se à bancada do CDS, partido que requereu esta interpelação ao Executivo, Ana Catarina Mendes garantiu que não está em causa propaganda. E deu exemplos claros da ação do Governo: “O Estado não falhou quando as pessoas precisaram do Serviço Nacional de Saúde, o Serviço Nacional de Saúde robusto respondeu sem limites às necessidades da população; quando as pessoas viram o seu emprego estar em causa, o Estado respondeu com medidas de lay-off, garantindo que hoje, ao contrário dos senhores, não há uma taxa de desemprego de 17%, há uma taxa de desemprego de 7,1%; o Estado não falhou na proteção social quando garantiu que ninguém podia ficar sem proteção, mesmo que nunca tivesse feito descontos para a Segurança Social; o Estado não falhou no apoio à nossa economia e, por isso, hoje as previsões internacionais ou do Banco de Portugal são mais positivas”.
Para a líder parlamentar do PS, “propaganda é querer não evidenciar que um quarto da população hoje já está com a vacina completa, é não evidenciar que há sete milhões de doses administradas, é não evidenciar que estamos acima da média da União Europeia e que, mais uma vez, o Estado não está a falhar e a tudo fazer para dar respostas aos portugueses”.
Ana Catarina Mendes apontou depois “a incoerência das bancadas à direita”. Ora, “quando a DGS dá pareceres positivos a algumas manifestações de alguns partidos, há um clamor nesta câmara”, mas quando, por exemplo, “esta semana se assistiu a um arraial negacionista e irresponsável com o parecer negativo da DGS, o senhor deputado daquela bancada [João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal] não tem nada a dizer”, reiterou a presidente do Grupo Parlamentar do PS, que deixou claro que as bancadas do Partido Socialista e do Governo não falharão “na resposta que os portugueses precisam” para que “saiam desta crise sanitária, económica e social”.
A líder parlamentar socialista respondeu ainda a críticas da bancada do PSD, referindo que “cegueira ideológica” foi adotada pelo Governo PSD/CDS “na gestão da crise anterior”, ao “cortarem no Serviço Nacional de Saúde como nunca se tinha visto”. “Essa não foi a resposta para esta crise”, assegurou.
“Os senhores foram responsáveis pelo maior corte de que há memória no Serviço Nacional de Saúde a bem dos privados”, lamentou.
Opção política do Governo foi reforçar orçamento na saúde
Também a deputada do PS Telma Guerreiro reagiu às declarações do PSD no debate desta manhã, admitindo que percebe “que é difícil para o PSD compreender e reconhecer alguns factos”. E enumerou-os: “O anterior Governo do Partido Socialista recuperou o SNS. O atual Governo do Partido Socialista reforçou o orçamento na saúde antes da pandemia. Com a crise pandémica, o Governo do Partido Socialista continuou a reforçar o orçamento e a investir no SNS”.
Telma Guerreiro vincou que, “no momento de pensar em recuperar Portugal através do PRR, o Governo do Partido Socialista assume como uma das suas prioridades a saúde”.
“A direita deste Parlamento pode não querer ver, mas as portuguesas e os portugueses são testemunhas do indiscutível reforço do SNS e da resposta robusta que o SNS conseguiu dar nas horas mais difíceis da pandemia”, frisou.
A deputada do PS lembrou em seguida as palavras da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, que ontem fez uma “saudação clara ao Governo pelo cumprimento naquilo que é o reforço e a consideração por esta profissão”.
Já sobre o processo de vacinação, Telma Guerreiro disse que “corre muito bem e avança quando há vacinas em Portugal”.