Economia tem espaço para acomodar aumento do salário mínimo
Segundo o titular da pasta do Planeamento e das Infraestruturas, a economia portuguesa tem “espaço” e “flexibilidade” para aumentar o salário mínimo nacional, garantindo que o Governo vai avançar em breve com dados estatísticos para provar a Bruxelas que a economia tem, ao nível da política de salários, “as margens de adaptabilidade” que permite que tanto o salário individual, nas empresas, como o salário mínimo nacional “façam o seu caminho”.
Pedro Marques, que falava hoje em Matosinhos, à margem de uma sessão sobre a capitalização de empresas que decorreu na Associação Empresarial de Portugal, garantiu que o Governo vai “tentar demonstrar com informação estatística” a Comissão Europeia das razões que levaram Portugal a aumentar o seu salário mínimo nacional de 505 para 530 euros, justificando o ministro que a “competitividade dos baixos salários não deu resultado”, sendo ainda que este acréscimo de rendimento constitui uma “medida de eficaz combate à pobreza”.
Depois de reafirmar que o Governo português tudo fará para qualificar os recursos humanos, capitalizar as empresas, aumentar a inovação, bem como valorizar os salários e o trabalho, Pedro Marques defendeu que não é por se ter aumentado o salário mínimo nacional que a economia deixará de ter “espaço ou margem de flexibilidade para permanecer competitiva”.
Fazendo questão de realçar que o Governo liderado por António Costa tem sobre esta matéria uma opinião diferente da defendida por Bruxelas, Pedro Marques garantiu que o Executivo “tem o propósito de continuar a aumentar o salário mínimo nacional”, recordando que foi a própria Comissão Europeia que não há muito tempo veio reconhecer ter havido em Portugal um aumento da pobreza entre os trabalhadores.
Com efeito, salientou ainda o titular da pasta do Planeamento e das Infraestruturas, a percentagem de pessoas que trabalham e que permanecem em risco de pobreza “é hoje mais elevada”, justificando-se por isso, como sustentou, que o aumento do salário mínimo tenha constituído uma medida importante para a “coesão social no país e para o combate à pobreza”.