Intervindo no debate de encerramento das Propostas de Plano e Orçamento para 2021, no final da semana passada, Vasco Cordeiro sublinhou que, logo na elaboração deste documento estratégico para a Região, “o Governo atropelou desastradamente as competências dos Conselhos de Ilha e do Conselho Económico e Social”, entregando-lhes uma proposta “diferente daquela que entregou neste Parlamento” e, “ao contrário do que estabelece a lei”, sem esperar “pelos seus pareceres”.
Numa matéria tão importante, defendeu, não se pode reduzir “a cinzas o diálogo tão apregoado” e que seria preferível assumir “um lapso, um erro ou omissão”, ao invés de tratar “o Parlamento fosse uma simples extensão do Governo”, pretendendo “assumir um poder que, após a entrega das propostas, só o Parlamento detém”.
Para Vasco Cordeiro, também não se pode abdicar da transparência em matérias desta natureza, apontando que, infelizmente, tanto os documentos como o debate que se realizou em plenário “evidenciam uma postura de preocupante opacidade nos propósitos e um total incumprimento no dever de esclarecer”, deixando este governo, “consciente e deliberadamente”, tantas questões por responder.
Apesar das divergências, o presidente do GPPS considera que o atual Governo deveria ter procurado “um voto do Parlamento que traduza a comunhão de objetivos”, mas afinal, procurou apenas “um cheque em branco, não se dando ao trabalho de responder, de esclarecer ou de confrontar a sua perspetiva com outras visões”.
Vasco Cordeiro sublinhou, ainda, a importância de se valorizar o debate em Plenário e alertou para o perigo de se querer subordinar esse debate às Comissões: “Os debates parlamentares sobre o Plano e o Orçamento processam-se aqui, no Plenário da Assembleia Legislativa, no pleno da representação do Povo Açoriano, desta casa”.
“É ao povo dos Açores, a cada um dos açorianos, de todas as nossas nove ilhas, que devemos trabalho e resposta. E cá estaremos para continuar sempre, e em toda a parte, a pôr os Açores primeiro”, garantiu.