Falando em Águeda, distrito de Aveiro, na inauguração da central fotovoltaica de uma importante fábrica de cerâmica, num investimento superior a 14 milhões de euros, apoiado pelo PRR e financiado em 50% por capitais próprios, equipamento que passará a fornecer cerca de 20% da energia consumida pela empresa, o ministro congratulou-se com o anúncio da empresa de Águeda de pretender avançar em breve com a construção de uma central de hidrogénio, o que lhe permitirá passar a depender ainda menos do gás natural.
Duarte Cordeiro referiu, na ocasião, que cerca de 70% da energia produzida no país tem hoje origem na energia eólica, sobretudo “no outono e no inverno”, como salientou, “quando há vento e as barragens estão cheias”, insistindo na ideia de que o equilíbrio com os meses mais quentes de verão só poderá ser alcançado quando começar a haver produção de energia eólica a partir de mar.
O ministro fez questão de destacar que a energia eólica offshore, para além de ser igualmente uma energia limpa e renovável, a exemplo da que é produzida em terra firme ou onshore, tem a particularidade de se obter com o aproveitamento da força do vento que sopra em alto-mar, onde alcança, como salientou, uma velocidade maior e mais constante devido à inexistência de barreiras.
Para além destes considerandos, o ministro do Ambiente e da Ação Climática deixou também a garantia que o Governo está a “acelerar o processo do licenciamento da produção de energia solar e a renovar as torres eólicas com maior produtividade”, iniciativas que correm a par, como mencionou, do apoio dado à produção de energia a partir do hidrogénio, mantendo o Governo a expectativa, como também referiu, que a produção de renováveis possa “atingir 80% até 2026”.
Guerra na Ucrânia
Nesta cerimónia, Duarte Cordeiro fez ainda questão de assinalar que a Rússia, com a guerra que desencadeou na Ucrânia, é a grande responsável pela subida exponencial dos preços da energia, cenário que o Governo tem “procurado amortecer” aprovando medidas, entre outras, que passam pelo “mecanismo ibérico”, mas também pelo “investimento que fizemos de 4,5 mil milhões de euros para reduzir as tarifas de acesso às redes”. Iniciativas que, segundo o ministro, têm permitido que os preços no mercado liberalizado “sejam hoje os mais baixos dos últimos nove anos”, sendo disto exemplo, como adiantou, o que sucedeu com o preço da eletricidade, que no mercado regulado “baixou 3% em abril”, o mesmo acontecendo com o preço do gás, que “reduziu em cerca de 26% desde o início do ano”.
Duarte Cordeiro deixou ainda a garantia que Portugal dispõe de instrumentos que lhe permitem manter os preços da energia baixos ao longo deste ano, lembrando que a estratégia do Governo passa não só por “acelerar a produção de energias renováveis”, garantindo assim a manutenção de preços baixos no futuro, como por aplicar um conjunto de instrumentos suficientemente fortes e capazes de contribuir para “conter os preços praticados nos mercados, evitando que sejam afetadas as famílias e as empresas”.