Dar resposta à situação económica e social do país
Para António Costa, equipamentos sociais como a creche que visitou esta manhã na freguesia do Canidelo “são extremamente importantes para dar reposta a uma classe média que tem sido devastada pela quebra de rendimentos, pelo desemprego, pela asfixia que a banca tem feito relativamente aos contratos e pela enorme pressão que constituiu a liberalização do mercado de arrendamento”.
Apesar deste contexto, “a maioria governamental tem sido absolutamente insensível quer no que toca a respostas sociais efetivas, quer na promoção do emprego”, lamentou o líder socialista, criticando a maioria PSD/CDS por revelar ainda a sua “insensibilidade” ao chumbar medidas do PS, “como as propostas para permitir a suspensão das penhoras por dívidas fiscais ou à Segurança Social ou para manter a cláusula de salvaguarda no aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)”.
De seguida, contestou a redução global de apoios destinados ao combate à pobreza, nomeadamente do Rendimento Social de Inserção, sustentando que “as condições [estabelecidas pelo Governo] privaram muitas famílias desse apoio mínimo fundamental para manter a dignidade social”.
Neste quadro, António Costa salientou haver “um combate fundamental a fazer pela dignidade no país”, sublinhando a necessidade de dar resposta à presente situação económica e social.
Após as visitas que efetuou ao longo desta manhã, António Costa apontou a autarquia de Gaia como um exemplo de intervenção ao nível económico e social.
E sublinhou que, apesar de ter herdado “uma situação financeira calamitosa”, este município da Área Metropolitana do Porto “não deixou de fazer os investimentos essenciais”, apoiando “a formação de empresas que são essenciais para a criação de emprego”, mas também “respondendo no plano social”.
Após ter visitado a Inovagaia, uma incubadora de empresas, e uma creche na freguesia do Canidelo, em Gaia, o secretário-geral do PS apontou que o Governo de direita revela “inconsciência” face à dimensão do fenómeno da emigração ao propor um programa de alcance mínimo.
Governo não tem consciência
Nesta deslocação em que esteve sempre acompanhado pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e pelo líder parlamentar socialista, Ferro Rodrigues, António Costa lembrou que o Programa VEM, aprovado esta semana em Conselho de Ministros, começará com menos de uma centena de projetos.
“Nos últimos anos, o país terá perdido cerca de 300 mil pessoas, das quais cerca de 110 mil são jovens (alguns deles extremamente qualificados), regressando aos níveis de perda de capital humano da década de 60. Aquilo que o Governo apresentou, com a criação de 40 a 50 projetos para as pessoas poderem regressar, é não ter mesmo consciência do que aconteceu no país nestes últimos três anos”, afirmou, para de seguida rematar: “Isto não é um programa, mas algo que não dignifica a consciência que os agentes políticos têm de possuir face a realidades sociais que enfrentam”.