“Como primeiro-ministro de um país que este ano sofreu uma das piores secas de sempre, gostaria de felicitar os promotores pelo lançamento desta aliança e de expressar o nosso apoio e disponibilidade para contribuir para a transformar numa valiosa plataforma”, sublinhou António Costa.
O líder do executivo português defendeu, na ocasião, que já ninguém se pode dar ao luxo de encarar a seca e a escassez de água como um fenómeno apenas associado a eventos climáticos pontuais e extremos, porque a sua regularidade mostra que se está já perante um impacto consistente das alterações climáticas.
“É urgente que nos adaptemos a esta dura realidade. Colocar a escassez de água e a seca no topo da agenda política internacional é fundamental para nos ajudar a reunir mais partes interessadas, a trocar conhecimentos, tecnologia e experiências. As secas representam um desafio significativo para as nossas sociedades”, sublinhou.
António Costa acentuou também que é “igualmente urgente” abandonar práticas que afetam a qualidade das águas subterrâneas e a sua poluição por adubos e outros produtos químicos.
“Num mundo em que 40% da população mundial é afetada pela escassez de água, em que 80% das águas residuais ainda são descarregadas para o ambiente e mais de 90% das catástrofes estão relacionadas com a água, como nos lembra o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres], é urgente reforçar a governação da água”, acrescentou.
Neste contexto, defendeu o líder socialista português, uma das prioridades de ação deve ser evitar o desperdício de água potável, contribuindo cada cidadão “com pequenos gestos para conseguir poupanças significativas de água”.
“Mas também temos de agir coletivamente para adaptar a nossa política agrícola para termos uma utilização mais eficiente da água e para garantir um comércio leal entre todos”, afirmou.
António Costa defendeu ainda que é necessário que os países invistam nas infraestruturas e em sistemas eficientes de distribuição, para reduzir a perda de água e para garantir que todos têm acesso a água potável.
“E é também imperativo que cuidemos das reservas de água existentes”, acrescentou.
A IDRA é uma iniciativa do chefe do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e do Presidente do Senegal, Macky Sall, a que Portugal se associou, numa sessão que contou também com a participação dos presidentes da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel.