Congresso será “momento alto de mobilização” do PS para as autárquicas
O Secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que o Congresso de julho será um “momento alto de mobilização” dos socialistas para as eleições autárquicas, destacando o papel determinante que o Poder Local irá desempenhar na execução do Plano de Recuperação e Resiliência e nos desafios estratégicos a que o país será chamado a responder ao longo dos próximos anos.
Intervindo na abertura dos trabalhos da Comissão Nacional do PS, que reuniu este sábado tendo como principal ponto de agenda a preparação da reunião magna socialista, no próximo mês de julho, António Costa defendeu que a ação política do PS, também ao nível da preparação do próximo ciclo autárquico, deverá ir ao encontro das “prioridades estratégicas” para o país inscritas no programa Portugal 2030 e do PRR, alinhando as políticas “ao nível nacional, regional e local”.
“Seja nos equipamentos como os centros de saúde, ou as escolas, seja nas novas respostas sociais às populações, o desenvolvimento económico das áreas de localização empresarial ou da floresta, ou, ainda, no combate às alterações climáticas e à pobreza, as autarquias têm um papel absolutamente central. Por isso, o grande objetivo político do PS este ano, como grande partido autárquico dos municípios e das freguesias, é continuar a ter as melhores políticas e os melhores políticos”, advogou.
Coligação PSD/CDS “não tem uma única ideia para o país”
Na sua intervenção, o líder socialista traçou, também, uma linha de demarcação, vincando que “há uma diferença absoluta” em relação à forma como o PS e os partidos da direita se apresentam ao país para as próximas eleições autárquicas, criticando a coligação que PSD e CDS já anunciaram, “sem uma única ideia” e apenas com o objetivo de atacar o Governo e o PS.
“Da parte da direita, até agora, não ouvimos uma única ideia concreta sobre a recuperação do país. Quando em setembro o Governo levou à Assembleia da República a discussão do PRR, da direita vieram ideias zero. Melhor: a única coisa foi [o presidente do PSD] dizer que era contra o aumento do salário mínimo nacional em 2021, mas, fora isso, mais nada”, sublinhou.
Por isso, na perspetiva do Secretário-geral do PS, quando os partidos da direita “olham para as eleições autárquicas, ninguém ouve deles uma ideia que seja sobre habitação ou sobre a melhoria dos transportes públicos, ou, ainda, sobre descentralização”.
“Ainda esta semana, vimos os líderes do PSD e do CDS-PP juntarem-se a anunciarem uma grande coligação. Mas uma coligação para quê? Para servir Portugal e responder aos problemas dos portugueses? Não, eles disseram que a grande coligação só tinha o objetivo de atacar o PS e enfraquecer o Governo”, criticou António Costa, sublinhando que os portugueses esperam mais.
“Num momento em que o país vive uma situação dramática do ponto de vista sanitário por causa da pandemia de Covid-19, mas também dramática dos pontos de vista económico e social – com milhares de pessoas em angústia sobre o dia de amanhã e com muitos empresários a enfrentarem uma luta estoica para manter as suas empresas -, tenho a certeza que a última coisa que os portugueses querem ouvir falar é de jogadas políticas e de coligações contra o PS e contra o Governo”, declarou.
Em contraponto, António Costa afirmou que o PS “não se distrai, não confunde qual é o seu objetivo e quais as suas prioridades”.
“Para o PS, as eleições autárquicas não são um momento de jogada política, mas sim um momento fundamental para dar força às autarquias, tendo em vista que sejam agentes ativos da recuperação económica do país. Por isso, a preparação do nosso congresso deve estar centrada na definição de políticas e na preparação das próximas eleições autárquicas”, referiu o líder do PS, defendendo que “tem de haver uma linha comum” entre todas as candidaturas socialistas, mesmo observando as especificidades inerentes a cada município ou região.
“As candidaturas socialistas têm de estar focadas na recuperação do país, na proteção das pessoas, no combate às alterações climáticas e na resolução dos problemas estruturais do país. Mobilizemo-nos para uma preparação muito ativa do congresso, que tem de ser um momento culminante do lançamento das nossas candidaturas autárquicas, para que o PS continue a ser – como tem sido desde há oito anos – o maior partido autárquico”, concluiu.
Comissão Nacional aprova realização de Congresso em julho
A Comissão Nacional do PS aprovou hoje, por ampla maioria, uma proposta da direção para que a eleição do secretário-geral decorra em 11, 18 e 19 de junho, e o congresso nos dias 10 e 11 de julho, em 13 pontos locais do país.
O cerca de dois mil delegados estimados (entre eleitos e inerentes) para o congresso do PS serão distribuídos por 13 pontos diferentes do país, consoante as federações distritais a que pertencem, e os trabalhos serão seguidos em modelo de videoconferência.
Em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e Oeste.
Os restantes delegados reúnem-se na Madeira, Açores, Porto, Coimbra, Portimão (Algarve), Aveiro (também junta militantes de Viseu), Estremoz (Évora e Portalegre), Mirandela (Vila Real e Bragança), Covilhã (Castelo Branco e Guarda), Fátima (Leiria Santarém), Alcácer do Sal (Setúbal e Beja) e, por fim, ainda em aberto, Barcelos ou Esposende (Braga e Viana do Castelo).