Circunstâncias excecionais exigem resposta sem precedentes
Na conferência de imprensa conjunta dos Ministérios das Finanças e da Economia, transmitida ‘online’, para anúncio do novo pacote de medidas de apoio às empresas e ao emprego, Mário Centeno começou por considerar que se vivem “circunstâncias excecionais” que exigem “uma resposta sem precedentes”.
“Não regatearemos nenhum esforço”, declarou.
Mário Centeno referiu que as medidas decididas para apoiar as empresas e proteger o emprego resultam de “uma resposta política coordenada de todo o governo”, sendo um momento “de pensar em iniciativas para conter a doença e acudir à liquidez das empresas, em particular das pequenas e médias empresas (PME), e às famílias que já hoje sentem impacto das medidas adotadas”.
“A contenção já implementada está a levar a economia a tempos de guerra. A hora é de conter aquilo que é a pandemia, mas a hora é também de manter a economia a funcionar, de manter o emprego, de garantir que as empresas têm liquidez para num momento difícil conseguirem manter as suas obrigações”, acrescentou.
Na sua intervenção, o ministro de Estado e das Finanças, que preside também ao Eurogrupo, referiu que “todos na Europa percebem exatamente a natureza” da crise causada pelo Covid-19, e que sentiu “um sentido de urgência, de responsabilidade, de partilha” nos responsáveis europeus, que até agora ainda não tinha sido observado.
“Todos na Europa percebem exatamente a natureza desta crise, o seu caráter totalmente exógeno à vontade dos governos. Não estamos a falar de crises estruturais”, completou.
“Estamos a responder a um desafio que coloca em causa aquilo que é o nosso contexto social, o nosso contexto civilizacional e a nossa forma de estar no mundo, em democracia. Não podemos soçobrar perante este desafio”, asseverou Mário Centeno.
Também o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, se referiu aos planos posteriores à injeção de liquidez nas empresas, adiantando que, “oportunamente”, se terá de “considerar os estímulos ao crescimento, que quando a epidemia se dissipar forem necessários para arrancar”.
“Seguramente estaremos articulados com os outros Estados-membros da União Europeia e as instituições europeias para responder à altura do desafio”, concluiu Pedro Siza Vieira.