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Cimeira de líderes europeus reconhece potencial ibérico para segurança energética

Cimeira de líderes europeus reconhece potencial ibérico para segurança energética

O primeiro-ministro, António Costa, destacou hoje, em Bruxelas, o reconhecimento pelos líderes da União Europeia (UE) do “potencial da Península Ibérica para a segurança energética”, em altura de crise, defendendo avanços nas interconexões elétricas e de gás entre Portugal e Espanha.

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António Costa, Conselho Europeu

“Quanto à energia, tem vindo a ser fortemente impactada [pela guerra na Ucrânia], traduzindo-se num brutal aumento de preços em toda a UE e, mais uma vez, se reafirmou a necessidade de acelerar a diversificação das fontes e das rotas de abastecimento à União e a transição para as energias renováveis e, desta vez, há uma referência expressa quanto ao potencial que a Península Ibérica tem, no seu conjunto, para contribuir para a segurança energética europeia”, declarou o chefe de Governo português.

Falando aos jornalistas no final da cimeira extraordinária de líderes da UE, António Costa salientou a necessidade de “concluir o programa de interconexões entre Portugal, Espanha e o conjunto da Europa”, tendo em vista contribuir para a segurança energética em todo o espaço europeu.

Recordando que o programa energético RepowerEU, apresentado pela Comissão Europeia em meados de maio, prevê a aposta neste tipo de interligações, o líder do Governo português sublinhou estarem em causa projetos de interconexão com Espanha de eletricidade, gás natural e, futuramente, de hidrogénio.

“Neste momento, o Conselho [Europeu] aprovou os objetivos do programa RepowerEU e aguarda que a Comissão apresente um programa de financiamento mais detalhado para a execução desse programa”, adiantou, acrescentando que, além das interconexões e “dependendo do volume que estiver reservado a Portugal”, poderão vir a ser “acrescentados outros projetos”.

“Petróleo russo tem dias contados na UE”

António Costa saudou ainda o acordo alcançado neste Conselho Europeu em torno do sexto pacote de sanções à Rússia, afirmando que a mensagem “de unidade” que é dada a Moscovo é que “o petróleo russo tem os dias contados” na União Europeia.

“Conseguimos aprovar por unanimidade um pacote de sanções que abrange o embargo da totalidade do petróleo exportado pela Rússia, sendo que há um diferimento do prazo relativamente àqueles países que são abastecidos por via dos oleodutos, de forma a dar-lhes mais tempo para encontrarem soluções alternativas para poderem continuar a satisfazer as suas necessidades energéticas sem recorrer ao petróleo russo”, adiantou o primeiro-ministro português.

“Mas de qualquer forma, a mensagem que é dada à Rússia é que o petróleo russo tem os dias contados na UE”, sublinhou.

Nas conclusões da cimeira desta terça-feira, o Conselho Europeu apelou “a que se proceda a uma redução rápida da dependência dos combustíveis fósseis russos”, nomeadamente apostando em “completar e melhorar a interconexão das redes europeias de gás e eletricidade, investindo e completando infraestruturas para projetos existentes e novos, incluindo interconexões de gás natural liquefeito [GNL] e futuras interconexões de eletricidade e de gás pronto a hidrogénio em toda a União Europeia, incluindo os Estados-membros insulares”.

No documento, os líderes da UE vincam, ainda, a necessidade reforçar a “capacidade de produção renovável, incluindo, com base na próxima análise dos reguladores e do atual contexto geopolítico, tirando partido do potencial da Península Ibérica para contribuir para a segurança do aprovisionamento da União Europeia”.

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