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CETA vai potenciar aumento das relações comerciais entre Portugal e Canadá

CETA vai potenciar aumento das relações comerciais entre Portugal e Canadá

O líder parlamentar do PS considerou hoje, durante a abertura do debate “CETA – Desafios e Oportunidades para os Açores”, uma iniciativa dos deputados do PS eleitos pelos Açores, em Ponta Delgada, que o Acordo Comercial entre a União Europeia (UE) e o Canadá é “o mais progressivo, moderno e inovador negociado pela UE, indo muito além das tradicionais questões alfandegárias”.

Segundo Carlos César, o CETA “é um acordo entre a UE e um país que partilham a mesma visão do mundo e os mesmos valores”, tendo grande “importância geopolítica no atual contexto de crescimento das tendências protecionistas e de fechamento comercial”.

Para além disso, acrescenta, “beneficia Portugal do ponto de vista geopolítico, porque se desenvolve no eixo transatlântico”.

Com o CETA espera-se um aumento das trocas comerciais entre a UE e o Canadá na ordem dos 23%, assinalou Carlos César, explicando que “os padrões e regras relativos à segurança alimentar, segurança dos produtos, proteção dos consumidores, saúde, ambiente, emprego e direitos sociais não serão alterados com a entrada em vigor do acordo”, uma vez que “todos os produtos importados do Canadá terão de cumprir as regras europeias, sem exceção”.

O presidente do Partido Socialista apontou que “apesar de o mercado canadiano representar apenas 0,7% das exportações portuguesas, perspetiva-se um incremento das relações comerciais e de investimento”, sendo que “entre os setores com maior potencial de crescimento destacam-se as energias renováveis, a biotecnologia, o setor farmacêutico, tecnologias de informação e comunicação, indústria automóvel, têxtil, calçado, vinhos e produtos alimentares, máquinas e equipamentos”. “É também de salientar o aumento da quota alocada à importação de queijos da Europa para o Canadá”, uma boa notícia para os Açores, lembrou.

Postura dos EUA quanto à abertura comercial traz implicações económicas

Carlos César alertou para o “crescimento da retórica populista e protecionista”, presente na oposição aos acordos de comércio negociados pela UE com o Canadá e os EUA, que não é “uma situação recente e muito menos confinada à posição americana”. Por isso, existem “algumas preocupações legítimas de proteção das economias regionais e nacionais face à colonização dos mercados pelas multinacionais, as quais, porém, devendo ser objeto de atenção reguladora, não parecem justificar uma oposição à abertura comercial”, defende.

“Quero também deixar registado que não partilho a ideia de que os acordos de comércio livre sejam causa de desemprego e de desindustrialização”, apontou o presidente da bancada do PS, explicando que “a redução do setor industrial e consequente diminuição do emprego deve-se mais às transformações tecnológicas e à transição, cada vez mais acentuada, para economias baseadas no setor dos serviços”.

Carlos César também referiu que, em 2050, das cinco maiores economias mundiais, estima-se que quatro serão asiáticas. “Os EUA e a UE perderão gradualmente preponderância económica para a China, Índia, Japão e Indonésia”, o que significa que os EUA e a Europa se arriscam a “perder conhecimento e capital humano”, concluiu.

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