Centro de monitorização do espaço valoriza os Açores e Portugal

De acordo com o protocolo de cooperação, assinado em Angra do Heroísmo, o executivo açoriano compromete-se a ceder duas infraestruturas no Parque de Ciência e Tecnologia da ilha Terceira (Terinov) e a realizar as obras necessárias para a instalação do centro.

Por sua vez, o Ministério da Defesa Nacional fica responsável pela aquisição dos equipamentos e por garantir, “sempre que possível”, a integração de trabalhadores de todos os setores na operação do centro a tempo inteiro.

“O espaço é uma dimensão absolutamente fundamental para a nossa afirmação e nos Açores temos uma localização geográfica única e um local privilegiado para que a Europa tenha capacidades de monitorização do que se passa no espaço”, referiu o ministro da Defesa Nacional, na cerimónia.

Segundo João Gomes Cravinho, o Centro Nacional de Operações criará “nove postos de trabalho altamente qualificados” na ilha Terceira e permitirá que Portugal esteja “na linha da frente dos países europeus que trabalham neste domínio”.

O presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, destacou igualmente a importância para os Açores e para Portugal da instalação do centro na ilha Terceira, afirmando que constitui mais um exemplo do trabalho que tem sido desenvolvido de valorização geoestratégica da região.

“Por causa dos Açores e da sua localização geográfica, Portugal entra num programa europeu de vigilância de objetos espaciais”, disse o governante açoriano, salientando o benefício direto que daí resulta para a região, ao nível da criação de postos de trabalho e de novas oportunidades de desenvolvimento económico.

“Fala-se da valorização geoestratégica dos Açores, fala-se de novas áreas de cooperação entre o Governo da República e o Governo dos Açores, fala-se de novas possibilidades de afirmar os Açores à escala europeia e global. Fala-se de muitas coisas e hoje, aqui, fez-se”, sublinhou.

O programa Space Surveillance and Tracking (SST) é um consórcio europeu de oito países, que visa dotar a Europa de capacidades próprias de monitorização, caracterização e seguimento dos objetos na proximidade da Terra que possam constituir um perigo real, não só para as infraestruturas europeias em órbita, como para o acesso ao espaço e para a segurança dos cidadãos.