“O leilão de 2019, em que foi atribuída a licença para a central de Santas, fixou um recorde mundial do preço mais baixo, mas o leilão de 2020 bateu esse recorde. Não poderemos bater sempre recordes de preço mais baixo, mas temos a demonstração de como investir em energias renováveis significa criar melhores condições de vida para as famílias e maior competitividade para a economia”, afirmou o líder do executivo socialista, realçando que “quanto mais investirmos nas renováveis mais barata será a energia que as famílias e as empresas irão pagar”.
Numa cerimónia em que se fez acompanhar pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, o primeiro-ministro voltou a realçar a importância económica da transição energética.
Lembrando que o país “tem um desequilíbrio na sua balança comercial, em grande medida pela energia que tem de importar”, António Costa sublinhou, neste sentido, que a aposta decisiva na transição energética permite a Portugal “reforçar a sua autonomia energética, o que significa reequilibrar a balança comercial por deixar de importar e por ter cada vez mais capacidade para exportar energia que não consome”.
Com esta transformação, que António Costa reforçou ser estratégica para o país, “Portugal consegue valorizar recursos disponíveis em todo o território”, referindo que Monforte, onde ficará situado este novo projeto, irá aliar a enorme capacidade agrícola e potencial turístico que tem, a “um recurso que nunca teve a devida valorização económica, que é o sol”.
“Sem retirar nada do que tínhamos, passamos a dar valor económico a um recurso endógeno que não estávamos a aproveitar”, disse o líder socialista, acrescentando que estes investimentos constituem também “uma nova oportunidade” para valorizar os territórios, sobretudo os mais despovoados e economicamente menos desenvolvidos, nas zonas do interior.
Na sua intervenção, António Costa aludiu ainda ao momento histórico, assinalado no próprio dia, em que Portugal deixou de produzir eletricidade a partir de carvão, para acentuar que é através desta transformação que será possível caminhar “para vencer o desafio das alterações climáticas”.
“A transformação da produção de energia elétrica é fundamental, porque se queremos reduzir as emissões de CO2, temos de centrar a produção de energia elétrica em energias limpas e seguras”, concretizou.