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Carlos César adverte que chumbo do OE2020 seria “incompreensível” para os portugueses

Carlos César adverte que chumbo do OE2020 seria “incompreensível” para os portugueses

Um chumbo do Orçamento do Estado para 2020 “seria incompreensível” para os portugueses, sustentou o presidente do PS, Carlos César, que garantiu que os socialistas querem continuar a encontrar consensos com os partidos à sua esquerda.

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Carlos César adverte que chumbo do OE2020 seria “incompreensível” para os portugueses

Nada faz crer que o Orçamento do Estado (OE) para 2020 possa vir a ser chumbado no Parlamento, o que seria estranho e uma situação “incompreensível para os portugueses” defendeu o presidente do PS, Carlos César,, ontem à saída de encontro com o Presidente da República, em Belém, no qual também participaram a líder do grupo parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, e o Secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro.

Segundo Carlos César, o PS continua empenhado em prosseguir as conversações e o diálogo com os partidos à sua esquerda, também agora com o Livre, assim como o PAN, procurando com todos eles “concertar posições” e encontrar os necessários “consensos” e pontos de entendimento em relação à proposta do Governo do OE para 2020, reafirmando que seria “incompreensível do ponto de vista da opinião pública” que esses partidos viessem a chumbar o OE lançando o país na “maior das instabilidades”, de forma “precipitada e sem justificação”.

O ex-líder da bancada parlamentar do PS desvalorizou depois as críticas dos partidos que dizem não ver as suas propostas refletidas no OE para 2020, lembrando Carlos César que primeiro foi o tempo de o Governo preparar uma proposta que “reflete essencialmente as opiniões e o programa do PS” e que agora é o tempo de o Governo se “confrontar com as propostas e as opiniões dos outros partidos”.

Proposta de continuidade

Nestas suas declarações à saída da reunião com o Presidente da República, Carlos César descreveu a proposta do Governo como uma “proposta claramente de continuidade” em relação aos quatro orçamentos anteriores, reconhecendo, contudo, que o OE para 2020 se apresenta “num enquadramento partidário diferente do que existia na anterior legislatura”.

Para Carlos César, a circunstância de agora não haver documentos escritos, ao contrário do que aconteceu na legislatura anterior com os partidos à esquerda do PS, determina, como defendeu, que seja dada uma “maior ênfase” à discussão na especialidade, recordando que os socialistas já conhecem algumas questões que têm sido colocadas pelo BE, PCP, Verdes, PAN e pelo Livre, partidos com os quais o Governo “se reuniu antes da entrega do OE”, garantindo Carlos César que o relatório e a proposta do Executivo “já contêm o desenho a partir do qual podem ser aprofundadas algumas das propostas desses partidos”.

Ponto onde o Governo não vacilará, como garantiu, é na defesa da “consolidação das contas públicas”, designadamente na “perspetiva da manutenção do excedente orçamental”, o que para Carlos César não deve, contudo, impedir que se inicie de imediato um diálogo alargado com “os nossos parceiros tradicionais” no sentido de se “avaliar as prioridades e verificar se são possíveis eventuais ajustes”.

Quanto aos partidos à direita, Carlos César referiu que os socialistas estão “abertos a ouvi-los” e caso queiram votar a favor do OE “ou até apresentar propostas que, pela sua qualidade, sejam irrecusáveis”, não “deixaremos de as acolher”.