Na sua intervenção, na abertura do 23º Congresso Nacional, Carlos César começou por saudar todos os delegados à reunião magna do partido, a quem dirigiu um agradecimento pela honra da sua reeleição, endossando depois uma especial saudação ao Secretário-geral, António Costa.
“A sua recente reeleição para o cargo, de forma tão expressivamente maioritária, mostra bem o apreço e a confiança que os socialistas, tal como a maioria dos portugueses, depositam nas suas qualidades, na sua competência e no seu discernimento, tão necessários nos momentos difíceis que ainda estamos a atravessar”, apontou.
A seguir, Carlos César defendeu a continuidade da ação reformista do PS na governação do país, promovendo a estabilidade política, sem deixar de assegurar os valores que constituem o seu “acervo inalienável”, para que Portugal “não desperdice as oportunidades que agora terá” no seu esforço de recuperação e de projeção do futuro.
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“Essa sensação de uma obra incompleta que nos deve fazer inquietar e mover, e não apenas o contentamento pela obra feita, que é, felizmente, muita. Assumiremos, assim, uma atitude reformista, não para sermos apenas o que já fomos, ou, como alguns querem, para desregular o que deve ser acautelado, mas sim, para sermos o que mais ambicionamos: Um país desenvolvido, inclusivo, segurador e humanizador, que valoriza a iniciativa, que protege os seus e que é creditado no exterior”, disse.
No seu discurso, o presidente do PS defendeu, neste sentido, que os novos recursos financeiros disponíveis, o novo quadro comunitário e os recursos próprios do país, devem servir de instrumento para acentuar as reformas estratégicas e retomar o percurso de convergência europeia, a par do reforço de transparência e combate à corrupção, assim como de aproximar mais eleitos e eleitores.
Para Carlos César, é ainda essencial que haja maior eficiência do sistema judicial, mais investimentos em infraestruturas de mobilidade e de conetividade com o interior, recuperação de zonas em perda populacional e um combate corajoso às alterações climáticas.
“Temos de cooperar com os parceiros sociais para o acréscimo da produtividade, para a valorização dos salários e das relações laborais, para a proteção da segurança e da dignidade dos jovens e das mulheres no trabalho, ou seja, como tem dito o primeiro-ministro, para a modernização económica com direitos. Temos de agir para valorizar as diferenças, para defender os abusados, para proteger os direitos individuais, ou para colmatar necessidades básicas de acessibilidade como no caso flagrante da habitação condigna”, acentuou.
Recuperar Portugal e Garantir o Futuro
Carlos César realçou ainda, na sua intervenção, o legado distintivo do PS ao serviço do país. “Não somos um partido de ocasião. Somos um partido de várias gerações de portuguesas e de portugueses e um partido com uma história realizadora em todas as regiões do país, nas comunidades emigradas em todos os continentes e nos mais diversos meios associativos, de representação social e do poder político democrático. Podemos, pois, ter um justificado orgulho no contributo que já demos para um Portugal Melhor e no que continuaremos a dar para Recuperar Portugal e Garantir o Futuro”, acrescentou.
Salientando que o PS é o único partido que apresenta candidaturas a todos os municípios portugueses, Carlos César lança o mote para as autárquicas: “Podemos, pois, ter uma justificada esperança de, nas eleições do próximo dia 26 de setembro, sermos merecedores e termos uma grande vitória na maioria das freguesias e das câmaras municipais do continente e das regiões insulares”.
“No nosso PS, não vivemos numa paz fria. Chegámos aqui, ao contrário de outros partidos, unidos e a trabalhar com muito entusiasmo, nas autarquias como no Governo, para recuperarmos rapidamente Portugal”, concluiu.