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António Costa reforça desafio de rentabilizar a dimensão económica e sustentável da floresta

António Costa reforça desafio de rentabilizar a dimensão económica e sustentável da floresta

A floresta portuguesa debate-se, desde há décadas, com a confrangedora ausência de “projetos rentáveis”. Esta é a opinião do primeiro-ministro, que lembrou que a “imensa massa florestal” do país tem o “enorme potencial” de consumir o dióxido de carbono e, simultaneamente, de ser também “o maior emissor de CO2 por via dos incêndios florestais”.

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Intervindo no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, na sessão de apresentação do projeto ‘Motor Mais Verde Mais Floresta’, lançado por uma empresa petrolífera do país vizinho, António Costa começou por apelar aos privados, lembrando-lhes que detêm “perto de 97% do território florestal nacional”, para que não desistam de investir em planos sustentáveis que sejam eficazes na rentabilização da floresta, “também do ponto de vista ambiental”, decisão que em sua opinião muito contribuirá a médio prazo para reduzir o risco de incêndios.

De acordo com o chefe do Governo, que elogiou o projeto da Repsol dizendo poder “servir de inspiração para que mais empresas compreendam que investir na floresta gera rentabilidade”, o grande desafio que hoje está colocado à floresta é encontrar os mecanismos adequados que permitam “gerar rendimento onde ele não existe”, pressuposto determinante, como afirmou, para tornar o território florestal simultaneamente “sustentável económica e ambientalmente”.

Reconhecendo que o abandono da floresta se deve, em grande medida, ao facto de a maioria dos proprietários privados não ter dimensão económica suficiente para gerar rentabilidade económica de um ativo que não cria lucro, “mas sobretudo encargos”, como a limpeza dos terrenos, o primeiro-ministro sustenta que esta realidade poderá ser minimizada caso os proprietários consigam ser suficientemente arrojados para se associar na “gestão das suas áreas florestais”, passando o desafio ambiental para o registo também ambicioso de uma “enorme oportunidade económica”.

Prevenção e limpeza no combate aos incêndios

Houve ainda oportunidade para o primeiro-ministro mencionar o facto de ninguém hoje ter dúvidas em Portugal de que os incêndios florestais se combatem, sobretudo, com medidas de “prevenção e de limpeza da biomassa”, aludindo que mesmo se a humanidade cumprir o Acordo de Paris, que aponta para o limite do aumento da temperatura a 1,5 graus, ainda assim, disse, o risco de incêndio florestal em Portugal “será seis vezes maior” se, entretanto, não se avançar com a reforma da floresta.

Este protocolo de colaboração entre o Governo português e a Repsol sobre o projeto ‘Motor Verde mais Floresta”, que esta sexta-feira foi assinado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo presidente da Repsol, António Brufau, iniciativa que, para já, propõe reflorestar entre cinco a 10 mil hectares, num investimento de cerca de 40 milhões de euros, vai replicar em Portugal, ainda segundo o primeiro-ministro, uma iniciativa semelhante já em funcionamento em Espanha, que tem vindo a reflorestar com enorme sucesso “terras queimadas ou baldias e a criar bosques”, compensado as emissões de CO2, constituindo um projeto que, como garantiu o chefe do executivo, tem vindo a atrair cada vez mais empresas “interessadas em compensar a sua pegada de carbono”.

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