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António Costa quer impulsionar um novo contrato social na Europa

António Costa quer impulsionar um novo contrato social na Europa

As eleições europeias de maio próximo têm de ser encaradas não como a praxe de mais uma rotina eleitoral, mas desta vez, mais do que nunca, como uma “batalha entre a esperança e o medo”, sustentou o Secretário-geral do PS, António Costa, na convenção do Partido Socialista Europeu que este fim de semana se realizou em Madrid.

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António Costa quer impulsionar um novo contrato social na Europa

António Costa foi um dos líderes europeus socialistas que este fim de semana marcaram presença na convenção do Partido Socialista Europeu (PES) na capital espanhola, tendo na ocasião o chefe do Executivo português apelado à criação de um “novo contrato social” na Europa, que “dê esperança e abra novas oportunidades” aos jovens que nasceram no século XXI e que vão votar pela primeira vez nas eleições europeias no próximo mês de maio.

No encontro de Madrid, que se seguiu a outras reuniões de alto nível que o PES tem vindo a realizar em várias cidades europeias tendo em vista preparar a mensagem política da família socialista para as eleições de maio, António Costa considerou as próximas eleições europeias como decisivas, uma vez que, como salientou, se trata de “uma batalha entre a esperança e o medo” um cenário que está a “impulsionar o populismo” e a fazer crescer o “nacionalismo, o protecionismo e a dar força ao racismo”.

Na sua intervenção, o líder socialista defendeu, ainda, que será muito difícil pensar que se pode construir uma Europa forte no mundo ao mesmo tempo que se faz do Mediterrâneo “um cemitério de seres humanos”, sustentando que, se estas eleições europeias “são sobre o futuro”, seria, contudo, um erro trágico se “esquecêssemos o passado”, recordando a este propósito o contributo decisivo que personalidades tão importantes como Mário Soares e Felipe Gonzalez deram para que a Europa fosse mais forte, solidária e socialmente mais coesa.

O importante são os cidadãos

António Costa apelou ainda aos socialistas europeus para que se concentrem sobretudo no combate às muitas carências que ainda se fazem sentir nas sociedades europeias, apelando, por isso, a uma maior concentração nas “necessidades dos cidadãos” de forma a combater, como referiu, as muitas desigualdades existentes, não só desigualdades de género, mas também ao nível “regional e sociais”, instando ainda para que os socialistas europeus avancem com políticas concretas e sustentadas capazes de “erradicarem a pobreza na Europa”.

Já na parte final da sua intervenção, o Secretário-geral do PS, depois de apelar ao voto no PSOE nas eleições legislativas que se vão realizar em Espanha em 28 de abril, defendeu que Pedro Sánchez “faz muita falta à Europa”, mostrando-se esperançoso de que o líder socialista espanhol continue a integrar o Conselho Europeu, ao lado dos demais chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

Socialistas apelam ao voto para derrotar extremismos

Na convenção de Madrid, os dirigentes do PES fizeram ainda um forte apelo conjunto ao voto, para que se trave o crescimento dos movimentos xenófobos, nacionalistas e extremistas na Europa.

O candidato dos socialistas à presidência da Comissão Europeia, Frans Timmermans, precisou que nestas eleições se estará a lutar “pela alma da Europa”, prometendo “otimismo e esperança” contra o medo que pregam os xenófobos e extremistas.

“Estamos a jogar a Europa. Não é um exagero, é a verdade” referiu, acrescentando que “a última coisa que os nossos filhos merecem é que não haja ninguém para defender as conquistas que custaram tanto a conseguir”, referiu Timmermans, no que foi também secundado pelo presidente do PES, Sergei Stanishev.

Outro dos intervenientes, o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, observou que a coligação de governo, que se alcançou no seu país depois de um longo período negocial, foi uma forma de evitar que a extrema direita chegasse ao poder.

“Sabemos que os nossos valores estão em perigo em muitos países do nosso continente”, afirmou, acrescentando que “há que dizer às pessoas que os extremistas e os nacionalistas não são a resposta”.

O anfitrião do encontro, o primeiro-ministro espanhol e líder do PSOE, Pedro Sánchez, referiu-se, em particular, às eleições legislativas de 28 de abril no seu país, lembrando que a abstenção beneficia “os que querem regressar à Espanha de há 40 anos”.

“Peço mobilização, mobilização, mobilização. Somos mais do que aqueles que apenas querem regredir. Temos de mobilizar todos, cada voto conta para o progresso, mas a abstenção favorece uma Espanha de há 40 anos que não queremos que regresse”.

Os socialistas europeus foram unânimes na expressão da importância de a União Europeia se focar mais nas questões sociais e não apenas ou sobretudo nos aspetos económicos, defendendo, para tal, a necessidade de se fomentarem políticas de igualdade que promovam a criação de emprego de qualidade e sublinharam a importância de políticas fiscais mais justas.

A convenção do PES encerrou com a apresentação do manifesto “Um novo contrato social para a Europa”, documento com que os socialistas europeus se vão apresentar ao eleitorado nas próximas eleições de 23 a 26 de maio.