António Arnaut condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade
“Não há verdadeira democracia, como não há verdadeira liberdade, sem a efetivação dos direitos económicos, sociais e culturais. Um deles, cimeiro, é o direito à saúde”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia, que decorreu na sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, onde voltou a evocar os 40 anos da Constituição da República Portuguesa.
O chefe do Estado referiu-se a António Arnaut como um “nome indelevelmente ligado ao Serviço Nacional de Saúde, não apenas como constituinte, mas também como governante e paladino ao longo de décadas na defesa daquilo que é a efetivação de um direito fundamental dos portugueses”.
António Arnaut, por seu lado, sublinhou o significado da data escolhida para a cerimónia. “Há 12 anos, o Presidente [Sampaio] concedeu-me o grau de grande oficial, também no dia 25 de Abril. Não é por acaso que as coisas acontecem a 25 de Abril. Tem grande significado para mim, sentimental, político, patriótico. Sempre lutei pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril”, lembrou o cofundador do Partido Socialista.
“Só há liberdade a sério se o cidadão for libertado do medo do futuro, do medo de procurar cuidados de saúde e não os ter, do medo de querer trabalhar e não ter [como]”, acrescentou ainda.
Presentes na cerimónia estiveram o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que anunciara as condecorações por ocasião da comemoração do Dia Mundial da Saúde, no passado dia 7 de abril, entre diversas outras personalidades.
A Ordem da Liberdade distingue serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade, considerados cumpridos por António Arnaut, antigo ministro e autor da lei que criou o Serviço Nacional de Saúde, e também pelo neurocirurgião João Lobo Antunes.