Ana Catarina Mendes destaca desafios e progressos de Portugal na igualdade de género
No final do encontro em Downing Street, a dirigente e parlamentar socialista destacou os progressos já alcançados por Portugal na questão dos direitos das mulheres e da igualdade de género, sublinhando ser esta uma exigência perante a qual o país tem ainda “algumas lutas a travar”.
“Foi uma receção de encorajamento para que se faça esta rede de mulheres parlamentares. Eu estou a representar Portugal e tenho a responsabilidade de falar dos progressos que foram feitos, nomeadamente a lei da paridade, que permite às mulheres preencher mais lugares públicos”, afirmou, lembrando, a título de exemplo do qua ainda falta alcançar, que Theresa May é já a segunda primeira-ministra britânica, enquanto que Portugal só teve Maria de Lourdes Pintassilgo como única mulher à frente de um governo, e por poucos meses, em 1979.
Numa alocução às convidadas, a líder do governo britânico ressalvou o facto de representarem países, culturas e até famílias políticas diferentes, mas com o compromisso comum de serviço público.
“Hoje, em 2018, vemos mais do que nunca membros do sexo feminino de parlamentos e assembleias legislativas em todo o mundo. E isso é uma boa notícia para todos os cidadãos que servimos. Mais mulheres em cargos eleitos significa uma voz maior falando sobre questões que afetam as mulheres”, saudou Theresa May.
Ana Catarina Mendes é uma das 120 mulheres parlamentares de 86 países que vão participar na conferência desta quinta-feira, no parlamento britânico, que se realiza no âmbito das comemorações dos 100 anos do direito de voto às mulheres no Reino Unido.
Ao longo do dia vão realizar-se grupos de trabalho sobre questões enfrentadas pelas mulheres parlamentares em todo o mundo, assim como diversos debates sobre temas como a violência exercida contra mulheres e jovens, planeamento familiar e educação.
A deputada socialista portuguesa integra o grupo de trabalho sobre o poder económico, no qual pretende “destacar aquilo que Portugal tem vindo a fazer para diminuir as assimetrias entre homens e mulheres”, como a recente aprovação do aumento de 33,3 para 40% da quota de representação dos dois sexos nos órgãos de poder político e nos cargos dirigentes da administração pública.