Ana Catarina Mendes critica “manobra de teatro” do PSD que custará 800 ME
Ana Catarina Mendes frisou que, “quando o doutor Rui Rio vai aos Passos Perdidos [na Assembleia da República] lançar uma bomba desta gravidade, que compromete em 800 milhões o Orçamento do Estado de 2021 e se recusa a discutir aqui com os senhores deputados”, é preciso saber o que “está a esconder o PSD aos portugueses”.
E o que os social-democratas estão a esconder é “um corte colossal da despesa pública, desde logo no Serviço Nacional de Saúde, para compensar uma medida que sabe que não consegue aprovar aqui”, avisou durante o debate em plenário do OE para 2020 na especialidade.
A dirigente socialista frisou que o que está em causa é a “vida dos portugueses” e recordou que, “ao contrário do PSD e do CDS”, o PS “foi o responsável pela existência da tarifa social de energia que abrange hoje não 80 mil, mas 800 mil famílias”.
“Aquilo que está a acontecer com esta manobra de teatro a enganar os portugueses, por parte do PSD com o apoio já de alguns partidos nesta Assembleia da República, significa comprometer mais investimento, melhor crescimento em Portugal e haver uma medida que seja progressista e amiga das famílias”, asseverou.
Ana Catarina Mendes garantiu que os deputados do PSD estão a fazer “um embuste e a pôr em causa o Orçamento do Estado de 2020 e o Orçamento do Estado de 2021”, e que “com isso o Grupo Parlamentar do Partido Socialista não compactuará”.
A líder parlamentar socialista acusou depois o PSD de “incapacidade de fazer as suas contas”, e expôs que as compensações que os social-democratas estão a propor vão comprometer o OE para 2021 em 800 milhões de euros, sendo que a medida que “estão a propor custa 200 milhões de euros”.
“Sobre a credibilidade deste Governo nas contas estamos conversados. Nenhum [orçamento] retificativo, contas certas, crescimento, emprego e melhor vida para os portugueses”, acrescentou.
Proposta visa impedir a governação do país
Também o vice-presidente da bancada do PS Luís Testa deixou fortes críticas à bancada do PSD, começando por lembrar que “quando o documento do Orçamento do Estado, em forma de proposta de lei, vem à Assembleia da República, vem com o objetivo de ser melhorado, de adotar propostas que sejam consignadas por todos os grupos parlamentares no sentido de o aperfeiçoar”.
Ora, “existem grupos parlamentares que adotam e apresentam propostas tendo como objetivo o crescimento económico”, outras no sentido de “aumentar a justiça social com que um país equilibrado, desenvolvido e sustentável deve ter”, referiu.
“Mas existem propostas – e não são raras – que visam desvirtuar o equilíbrio orçamental fundamental para que a governação do país possa prosseguir o caminho de crescimento económico e de justiça social”, denunciou o deputado socialista, lamentando que algumas delas sejam “mais ou menos escondidas”, passando “por baixo da mesa”.
Luís Testa considerou que a proposta lançada hoje no Parlamento por parte do PSD vai “desvirtuar o Orçamento proposto pelo Governo no sentido de impedir que o país possa ser governado conforme vontade popular expressa na urna de voto, apresentando às claras uma proposta que visa impedir a governação do país”.