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Alargamento de horários dos centos de saúde vem dar resposta ao “afluxo excessivo” nas urgências

Alargamento de horários dos centos de saúde vem dar resposta ao “afluxo excessivo” nas urgências

O “crónico” problema das urgências em Portugal pode ser minimizado, e em larga medida ultrapassado, na opinião do ministro da Saúde, alargando os horários dos centos de saúde.

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Manuel Pizarro

Falando aos jornalistas à margem da conferência que ontem teve lugar em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, sobre ‘A Saúde Mental no Pós-Pandemia, Estigma e Combate’, o ministro Manuel Pizarro admitiu que o “afluxo excessivo às urgências”, não sendo um problema recente, resulta sobretudo, como referiu, da forma como o sistema se encontra organizado, defendendo que o combate a este “desafio sistémico” terá de ser superado o mais rápido possível.

Para atenuar e minimizar, dentro do possível, o problema da excessiva afluência de utentes às urgências dos hospitais, o ministro da Saúde sublinhou a importância da abertura de centros de saúde em horários complementares, medida que integra o plano do Governo de “contingência para o inverno” e que está já no terreno em 176 unidades no país, a trabalharem “para além do horário normal”.

Garantido que a situação nos hospitais portugueses, designadamente em matéria de atendimento, e sobretudo na área da Grande Lisboa, apresenta hoje dados bastante melhores “do que há uma semana”, Manuel Pizarro elogiou o “esforço” dos médicos, dos enfermeiros e de outros profissionais de saúde.

“Têm feito um grande esforço e no geral os portugueses estão a ser muito bem atendidos nos hospitais públicos”, disse.

O governante referiu-se também à questão do recurso às horas extra dos médicos para preencher escalas no SNS, um caso que considerou “não ser de fácil resolução”, lembrando que “há uma demografia médica adversa”, com muitos médicos com idade acima dos 50 anos que, por lei, estão dispensados de prestar serviço noturno, mostrando-se, contudo, convicto de que a nova reorganização que o Governo está a conferir nas urgências possa permita que haja uma menor “dependência das horas extra”.

Quanto às negociações com os sindicatos dos médicos, Manuel Pizarro garantiu que o Governo, como sempre, parte para estes encontros de “espírito aberto”. Embora reconhecendo, como assinalou, que “não vai agradar em tudo”, tal não obsta, como também referiu, que não mantenha a expetativa de que “algumas ideias possam ser acolhidas”, garantido que, da parte do Governo, o objetivo de “valorizar as carreiras profissionais” continua a ser uma prioridade.

PRR dá prioridade à saúde mental

De acordo com o ministro da Saúde, é preciso que “todos deixemos de olhar para os temas da saúde metal como um tabu”, reconhecendo, contudo, haver hoje no país “uma atitude mais aberta” perante esta questão, resultante, em grande medida, da reflexão feita na altura a propósito da pandemia da Covid-19. Apontando a saúde mental como uma das áreas prioritárias para o investimento público, Manuel Pizarro anunciou, a este propósito, que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) haverá lugar a investimentos neste setor na ordem dos 88 milhões de euros.

Verbas que vão permitir, entre outras ações, alocar mais equipas médicas ao serviço do tratamento e acompanhamento da saúde mental, estimando o governante que após a entrada em funcionamento, em 2021, de 10 equipas, outras 40 possam avançar até ao final da implementação do PRR, com “20 novas equipas de saúde mental comunitária a serem criadas até ao final do corrente ano”.

Na opinião do ministro, não há nada que justifique que se “continue a basear os internamentos apenas em hospitais psiquiátricos”, confirmando que a aposta do Governo, por diversas vezes já referida, passa pela construção de unidades de internamento em hospitais gerais, dando, a este propósito, o exemplo de um projeto em curso em Santo Tirso.

Manuel Pizarro deu ainda a garantia de que a saúde mental assume um carácter de absoluta prioridade no Serviço Nacional de Saúde, sendo disso prova as “mais de 600 mil consultas realizadas na área da psiquiatria”.

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