Tal como tem vindo a defender por diversas ocasiões, António Costa voltou esta manhã a garantir que o acordo político alcançado entre Portugal, Espanha e França em 20 de outubro último, de reforço das ligações para o transporte de energia verde entre os três países, vai permitir, entre outros retornos importantes para a economia nacional, a criação de condições objetivas para que Portugal possa iniciar um novo ciclo, deixando de ser apenas e só um país importador para passar a ser exportador de energia para o resto da Europa.
De acordo com o primeiro-ministro, esta visita às instalações da Fusion-Fuel Portugal, em Benavente, unidade industrial que integra o consórcio de empresas de produção de hidrogénio verde, Sines Green Hydrogen Valley, representa, em primeiro lugar, a confirmação de que o Governo está empenhado em acompanhar de perto o plano que traçou, observando no terreno os projetos que estão a ser financiados pelo PRR. Por outro lado, como observou, representa também verificar que a materialização deste projeto de produção e exportação de hidrogénio verde está a ir no sentido certo e a caminhar para se constituir como “um catalisador que ajudará a criar uma nova fileira industrial”, abrindo a possibilidade de uma “nova reindustrialização”, o que contribuirá, como garantiu, para melhorar a riqueza nacional e aumentar “significativamente o nosso Produto Interno Bruto (PIB)”.
António Costa lembrou ainda que se prevê que, no seu conjunto, a nova fileira industrial crie em Portugal 18 mil postos de trabalho, e novos produtos e serviços inovadores que vão gerar valor de “8,7 mil milhões de euros”, ou seja, “quatro vezes mais investimento do que está a ser feito pelo PRR”, acrescentando que as 51 agendas mobilizadoras já aprovadas envolvem um investimento de 2.900 milhões de euros na capitalização e inovação empresarial, repartidas entre entidades do sistema científico e tecnológico, mas também da área da Administração Pública.
Referindo também que o PRR envolve mais de 18 mil milhões de euros entre subvenções e empréstimos até 2026, António Costa garantiu que as agendas mobilizadoras perfazem o programa “mais desafiante e inovador”, por permitir “aportar valor acrescentado” ao que é produzido no país, o que representa um passo essencial, como salientou, “para aumentar de forma significativa e sustentada o PIB português”.
Para o primeiro-ministro, fez bem o Governo português ao ter alertado na altura certa, pouco tempo depois da invasão russa à Ucrânia, para a importância de a Europa começar a substituir o gás natural que consome por hidrogénio verde, voltando a garantir que Portugal tem condições e recursos naturais “como nunca teve nas outras revoluções energéticas” para se tornar “particularmente competitivo na produção de hidrogénio à escala mundial”.
Exemplo desta competitividade, disse ainda o também líder socialista, está também patente no facto de o projeto que hoje visitou, em Benavente, desenvolver componentes produzidos no país, que resultam de investigação e de “patentes nacionais que se destinam a servir não só a indústria nacional, como para a exportação”, insistindo António Costa que a aposta do Governo na produção de energia verde não se limita apenas a uma preocupação “ambiental e energética”, o que já não seria pouco, mas também com o propósito de se criar uma nova fileira industrial capaz de promover a “reindustrialização do país”.