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“A LUTA CONTRA A POBREZA É UMA QUESTÃO FUNDAMENTAL”

“A LUTA CONTRA A POBREZA É UMA QUESTÃO FUNDAMENTAL”

A presidente da bancada socialista no Parlamento considera que o Orçamento do Estado foi um bom teste para todas as forças políticas no Parlamento e assegura que o PS contribuirá para a estabilidade política e social nesta Legislatura. Ana Catarina Mendes lembra que os portugueses querem uma governação à esquerda, mas assume o compromisso de trabalhar com todos os partidos para alcançar as melhores soluções. Sobre comunicação e democracia, a líder parlamentar deixa clara a sua preocupação com os desafios emergentes do crescimento das redes sociais.
Nos 110 anos da Implantação da República

É a primeira mulher a liderar a bancada parlamentar do PS. O que representa este facto para si? Enfrentou alguma dificuldade no processo de afirmação?
Sim, sou – e é com orgulho que aceito o desafio. É um cargo que assumo como os outros que tenho desempenhado, procurando corresponder à confiança que em mim foi depositada, neste caso pelos meus colegas deputados. Todas as funções têm desafios e dificuldades e o importante é saber superá-los.

Exerce um cargo de enorme responsabilidade, numa conjuntura política extremamente complexa. O Orçamento do Estado foi um bom teste?
O Orçamento de Estado para 2020 foi um teste para todo o Parlamento: para o PS, para os partidos da oposição e para o Governo. Há uma nova realidade política resultante das eleições de outubro de 2019 e estamos todos cientes disso, mas cabe ao PS, que ganhou essas eleições e que tem o maior grupo parlamentar na Assembleia da República, estar à altura das suas responsabilidades e garantir a estabilidade política e social nesta legislatura. Afirmar e cumprir o nosso programa é credibilizar a política. O OE foi o primeiro passo no compromisso que assumimos com os portugueses da erradicação da pobreza, do reforço do Estado Social e da aposta na nova geração de desafios estratégicos.

GOVERNAÇÃO À ESQUERDA

Como vê a atual correlação de forças no Parlamento? O que espera de cada um dos partidos?
Acima de tudo: responsabilidade!

Acredita que esta Legislatura será concluída?
Acredito – é isso que os portugueses nos pedem.

Há alguma solidez na relação que ficou entre PS, BE, PCP e Verdes?
Há pontos de convergência com esses partidos em certas matérias, algumas das quais consideramos fundamentais para o País e para os cidadãos. Foi isso que resultou da vontade expressa pelos eleitores. A maioria dos portugueses quer uma governação à esquerda. Vamos continuar a trabalhar com todos os partidos com assento parlamentar.

O PS pretende marcar esta Sessão Legislativa através de propostas políticas em que áreas preferenciais?
O Grupo Parlamentar do PS tem a função de apoiar o Governo na sua ação, mas não se esgota nisso. Para mim, a luta contra a pobreza é uma questão fundamental e tudo faremos, no Grupo Parlamentar do PS, para apoiar o Governo na definição de uma estratégia para erradicar a pobreza, com um olhar particularmente atento aos idosos e aos desempregados de longa duração. Outra marca importante, que nos distingue enquanto partido do socialismo democrático, é a defesa também dos interesses da classe média, que ainda não recuperou devidamente do esforço que foi exigido a todos durante a crise.

O que é que os portugueses podem esperar do novo ciclo do PS?
Melhorias no seu dia-a-dia, nomeadamente com o aumento do investimento nos serviços públicos essenciais, com destaque para a Saúde, continuar a convergência com a União Europeia e melhorar da qualidade da nossa democracia.

PS: O MAIOR PARTIDO AUTÁRQUICO

Temos no horizonte duas eleições: Presidenciais e Autárquicas. Relativamente às presidenciais, qual é a sua opinião? O PS deve apresentar um candidato, ou candidata, próprio/a?
Não é o momento para falar sobre esse assunto.

Sobre as Autárquicas, onde é que o PS pode colocar a fasquia sem correr riscos?
Quanto às eleições autárquicas, temos o dever de continuar a ser o maior partido autárquico e para isso há que destacar e apoiar o bom trabalho de milhares de autarcas do PS nas Assembleias e Câmaras Municipais e nas Assembleias e Juntas de Freguesia.

COMUNICAÇÃO E DEMOCRACIA

A reforma do território autárquico vai ou não avançar? O Grupo Parlamentar vai tomar alguma iniciativa ou vai aguardar pelo Governo? O que podem esperar as populações das freguesias que foram obrigadas a juntar-se contra sua vontade?
O Governo já assumiu a necessidade de se aprovar uma alteração à atual lei. Irá apresentar uma proposta de lei que permitirá fixar critérios para a criação, fusão e extinção de freguesias.

Como analisa o comportamento da Comunicação Social? E que problemas acha que este setor está a enfrentar?
As redes sociais colocam hoje desafios enormes à comunicação social tal como a conhecemos e concebemos. É essencial manter uma comunicação social independente, quer do poder político, quer do poder económico, com capacidade de influenciar a formação da opinião assegurada por profissionais competentes. A existência de órgãos de comunicação social sólidos, fiáveis e independentes é essencial não só para o futuro da democracia como para o presente.

Qual a importância de um projeto editorial como o Acção Socialista nos dias de hoje?
A comunicação partidária de qualidade é essencial para estimular os debates. No caso do PS, o Ação Socialista é fundamental para manter informados os nossos militantes, simpatizantes e passar a nossa mensagem.

Como avalia 5 anos de Acção Socialista Digital?
O Acção Socialista Digital é, num novo tempo de desmaterialização da informação, uma forma mais direta de chegar a todos os militantes e simpatizantes do PS. É a demonstração de que o PS está atento à mudança na forma de melhor comunicar. Ao longo de cinco anos, a diretora do Acção Socialista Digital tem sabido conduzir esta publicação diária com enorme sucesso e dedicação.