“A importância da pandemia não pode ser motivo de demagogia”
A presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes, pediu hoje, no Parlamento, que não haja “demagogia” nem “aproveitamento político” em torno da vacinação contra a Covid-19, porque rejeitar a vacina “pode pôr em perigo a vida de outros”, e defendeu a renovação do estado de emergência para “salvar vidas”.
“A importância da pandemia não pode e não deve ser motivo de demagogia ou de aproveitamento político. Recusar uma vacina, porque pode parecer popular é, na verdade, esconder o risco de, não sendo vacinado, pôr em perigo a vida de outros”, frisou a líder parlamentar do PS durante o debate sobre a renovação do estado de emergência.
Ana Catarina Mendes disse que o país é, neste momento, um “cenário de mais infetados, mais internados, mais mortos” e, por este motivo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista defende e aprova a renovação do estado de emergência, “porque a nossa responsabilidade coletiva é tudo fazer para salvar vidas”.
“Este é um decreto de estado de emergência que dá ao Governo poderes de maior fiscalização e, por isso, os comportamentos sociais são hoje tão essenciais para ajudarmos todos nesta batalha”, vincou a dirigente socialista, que garantiu que “não é de ânimo leve” que a Assembleia da República vota “a suspensão transitória parcial do exercício de alguns direitos, liberdades e garantias, mas este é o momento em que isto se impõe e a situação assim o exige”.
Ana Catarina Mendes sublinhou depois que “há um ano ninguém imaginava ser hoje possível vacinar tantas pessoas”. “Em Portugal, até ao momento, já foram vacinadas mais de 180 mil pessoas, principalmente os profissionais da linha da frente e ainda os mais vulneráveis. A rapidez com que, felizmente, a vacina foi criada com a mobilização esmagadora da comunidade científica mundial rima com a rapidez com que desejamos vacinar a nossa população”, asseverou.
A presidente da bancada socialista congratulou-se também por o Executivo ter respondido “de imediato à emergência económica para que o nosso tecido empresarial não fosse esmagado”, tendo injetado na economia portuguesa, desde o início da pandemia, “cerca de 22 mil milhões de euros de apoios numa resposta robusta e necessária para evitar a degradação do tecido empresarial”.
“Demos também uma resposta social, porque para lá das nossas divergências, a verdade é que esta pandemia mostrou que sem um Estado social forte não teríamos conseguido acorrer a tantos portugueses”, salientou a líder parlamentar do PS.
Ana Catarina Mendes aproveitou a sua intervenção para recordar António Arnaut, o ‘pai’ do Serviço Nacional de Saúde, que hoje faria 85 anos. “A ele estamos gratos e reconhecidos pela resiliência e qualidade do Serviço Nacional de Saúde. E não esquecemos todos os profissionais que diariamente se expõem ao risco, que trabalham arduamente para as nossas necessidades mais básicas e elementares serem satisfeitas em tempos de pandemia”.
E enumerou: “Os trabalhadores municipais que asseguram a limpeza dos espaços por todo o país, os farmacêuticos, os empregados de supermercados e minimercados, os padeiros, aqueles que fazem chegar comida às nossas casas, os bombeiros, as forças de segurança e tantos que não param para que as nossas vidas sejam menos difíceis”.
Ana Catarina Mendes terminou fazendo um apelo em nome do Grupo Parlamentar do PS: “A todos nós, portugueses, é-nos pedida responsabilidade, a responsabilidade de ficarmos em casa, a responsabilidade de não usarmos as exceções como desculpas para sair de casa. O vírus não escolhe idade, o vírus é invisível e implacável. Continuaremos esta luta em nome da saúde dos portugueses”.