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Os momentos políticos que marcaram o ano

Os momentos políticos que marcaram o ano

Os momentos políticos que marcaram o ano

2015 foi um ano fértil em acontecimentos marcantes para a vida política nacional, não só em relação ao ano que finda, mas também pela projeção que terão na ação política dos tempos mais próximos. Na sua última edição do ano, o AS Digital destaca alguns desses momentos.

 

21 de abril

É apresentado um estudo macroeconómico, elaborado por um grupo de reputados economistas, maioritariamente independentes e coordenados por Mário Centeno, que servirá de enquadramento ao futuro programa eleitoral do PS. O documento, intitulado “Uma Década para Portugal”, traça um diagnóstico da situação da economia portuguesa, definindo prioridades e sugerindo um conjunto de medidas de política a adotar ao longo da legislatura seguinte. É proposta ao país uma nova política económica, com os impactos das respetivas medidas devidamente estudados e avaliados. Um exercício inédito em Portugal e uma pedrada no charco na forma de responsabilizar e credibilizar a ação política e de respeitar a confiança dos cidadãos.

     
 

6 de junho

A Convenção Nacional aprova o programa eleitoral que o PS levará às eleições legislativas e consagra o emprego como “a causa das causas” de uma futura governação socialista. A elaboração do documento estratégico mobiliza o contributo de milhares de militantes e cidadãos independentes, bem como de muitos quadros técnicos, culminando um processo iniciado com a apresentação da “Agenda para a Década”, coordenada por Maria Manuel Leitão Marques, e do estudo macroeconómico. António Costa apresenta ao país “uma alternativa de confiança”, assente no emprego, na recuperação de rendimentos, no crescimento e no combate às desigualdades. E rejeita o conceito convencional de “arco de governação” como critério de exclusão na mudança de política que o país exige, o que virá mais tarde a adquirir um significado real que mudará a vida política nacional.

     
 

10 de novembro

Na sequência das eleições legislativas, que consagram um novo quadro parlamentar maioritário de esquerda, e após um processo negocial por si conduzido, o Partido Socialista celebra três acordos de posição conjunta com Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e Partido Ecologista “Os Verdes”. É assim conferida tradução política à vontade de mudança expressa pela maioria dos eleitores, tendo em vista a construção de uma maioria estável, duradoura e credível na Assembleia da República que sustente a formação e a ação de um Governo comprometido com a mudança reclamada pelos portugueses nas urnas. Derruba-se um muro histórico de ausência de diálogo entre os partidos da esquerda parlamentar e cai por terra o conceito tradicional de “arco de governação”, que excluía algumas forças partidárias da participação em soluções governativas para o país. O PS cumpre o compromisso de não inviabilizar uma solução de governo sem apresentar uma solução alternativa, o que sucede pela primeira vez na vida democrática portuguesa, e a democracia parlamentar cumpre-se a si própria.

     
 

26 de novembro

Toma posse o XXI Governo Constitucional, liderado por António Costa e legitimado por uma maioria parlamentar de esquerda, que rejeitara, a 10 de novembro, o programa do breve XX Governo minoritário da direita. No discurso de tomada de posse, António Costa afirma ser agora um tempo novo para Portugal. Um tempo novo para a vida das famílias, dos trabalhadores e das empresas, para a economia e para o emprego.

     
 

3 de dezembro

É aprovado no Parlamento o Programa do XXI Governo Constitucional. O primeiro-ministro António Costa reafirma os três desígnios de um tempo novo para Portugal e para os portugueses: “Mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade”.