home

Combustíveis: Governo diz que prazo dado por sindicato “não é uma ameaça” de nova greve

Combustíveis: Governo diz que prazo dado por sindicato “não é uma ameaça” de nova greve

O Governo considerou hoje que o prazo de sete dias dado pelo sindicato dos motoristas de matérias perigosas à associação patronal para responder às reivindicações “não é uma ameaça” de nova greve, esperando uma “conclusão satisfatória” das negociações.
economia cresceu em 2018

“Não vejo isso como uma ameaça. Houve uma primeira reunião de negociação, no âmbito de uma tentativa de chegar a acordo num conflito laboral que, neste momento, está pacificado, mas é natural que as partes tomem posições para tentarem reforçar as suas posições negociais”, afirmou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Falando aos jornalistas em Bruxelas, à entrada de uma reunião da Aliança Europeia para as Baterias, o governante recordou que “o Governo nomeou um mediador para assegurar que as negociações são conduzidas da forma mais pacífica, eficaz e produtiva possível”.

“E é disso que estamos à espera neste processo”, acrescentou.

Pedro Siza Vieira reforçou que este mediador foi nomeado para “ajudar as partes a aproximarem as suas posições e chegarem a uma conclusão satisfatória”.

Questionado se confia nas negociações, Pedro Siza Vieira garantiu: “Com certeza”.

Na segunda-feira, arrancaram as negociações entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadoria (ANTRAM), no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa.

No final do encontro, Pedro Pardal Henriques, do SNMMP, lamentou que a ANTRAM não estivesse preparada para as negociações, dando-lhe sete dias para responder às reivindicações e pondo em cima da mesa a possibilidade de uma nova greve.

O responsável sindical disse estranhar que a ANTRAM não conhecesse já as reivindicações dos motoristas, garantindo que a estrutura sindical não está “a brincar” e exigindo que a associação se pronuncie dentro de uma semana.

Caso a associação não se pronuncie dentro do prazo estipulado, os trabalhadores vão utilizar “todos os mecanismos” de que dispõem, em especial, e “muito provavelmente”, uma nova paralisação, assegurou Pedro Pardal Henriques, o assessor jurídico do sindicato e antigo vice-presidente.

Entre as reivindicações dos motoristas de matérias perigosas está um salário de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.

O SNMMP foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

A arbitragem do executivo levou a que os representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18, ficando o início do processo negocial formal agendado para dia 29 e a paralisação foi desconvocada de imediato.

Durante os três dias de paralisação o sindicato conseguiu mais 200 sócios, que são agora mais de 700, num universo de cerca 900.