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Lei de bases da saúde: PS trabalhará com todos os defensores do SNS

Lei de bases da saúde: PS trabalhará com todos os defensores do SNS

Jamila Madeira

“O Partido Socialista defenderá a visão humanista do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que nos foi transmitida por António Arnaut”, apoiando a proposta do Governo de lei de bases da saúde, garantiu hoje a deputada Jamila Madeira. A socialista disse ainda que o partido está disponível para dialogar com todos os que forem “defensores do SNS”, mas não com os que querem ser “os seus predadores”.

No final da reunião semanal da bancada parlamentar do PS, que hoje contou com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, para explicar aos deputados a proposta de lei de bases da saúde, Jamila Madeira revelou que o diploma do Executivo foi discutido com “todo o pormenor”.

Ficou claro que “trabalharemos na especialidade com todos aqueles que forem os verdadeiros e reais defensores do SNS, estejam à esquerda ou à direita”, mas que estejam numa lógica de “defesa do direito à saúde que os cidadãos têm já bem expresso na Constituição da República Portuguesa”, asseverou, alertando que há várias matérias nas propostas da direita que não são claras.

“É nessa lógica que nos vamos posicionar para o debate da próxima semana e é nessa lógica que o contributo dos deputados socialistas e que a proposta de lei surgirá no diálogo com as demais forças políticas”, defendeu a parlamentar.

Socialistas abstêm-se sobre uso de canábis

Jamila Madeira anunciou também que a orientação de voto do Partido Socialista para os projetos do Bloco de Esquerda e do PAN sobre a legalização da canábis para uso pessoal é de abstenção. “A orientação de voto do PS é de abstenção, não manifestando oposição, sem prejuízo de alguns deputados terem manifestado vontade de poderem apoiar a iniciativa em casos pontuais”, já que a liberdade de voto “é sempre um princípio no PS”, afirmou.

Existem “algumas cautelas e princípio de precaução” que o PS não vê ainda salvaguardados nestes projetos, apontou.

“Temos a noção que esta tendência que estes projetos traduzem estão a ser já implementados noutros países”, disse a socialista. No entanto, o PS defende que se possa avaliar alguns pontos sensíveis, tais como o controlo do consumo, a forma como afeta os mais jovens e a proliferação de psicoses.

Portugal deveria posicionar-se, “esperando alguma avaliação destas experiências que estão em curso noutros países antes de avançar em definitivo”, defendeu.

Jamila Madeira não deixou de sublinhar que o Grupo Parlamentar do PS discutiu hoje esta temática “numa lógica de quem há 20 anos protagonizou os avanços civilizacionais que ainda hoje são identificados no mundo”. “O processo de descriminalização a que Portugal tomou dianteira há 20 anos foi protagonizado pelo Partido Socialista no Governo e leva a que ainda hoje seja visto como um grande exemplo de sucesso em todo o mundo”, recordou.