Em simultâneo à abertura destas novas vagas no pré-escolar, ainda segundo o ministro da Educação, vão ser igualmente criadas 50 novas salas, duas medidas que, na perspetiva do Governo, vão ajudar a amenizar as “profundas desigualdades” que a pandemia trouxe também ao ambiente escolar, lembrando Tiago Brandão Rodrigues que estas disparidades a continuarem a acumular-se nos contextos sociais mais frágeis criariam uma conjuntura “ainda mais difícil” nas populações economicamente mais débeis.
De acordo com o ministro, quando uma crise de forma dramática se abate sobre uma sociedade, por definição, são as populações que se encontram nas condições mais vulnerável as primeiras a sofrer as consequências cabendo por isso ao Estado, como defendeu, “encontrar as soluções efetivamente inclusivas e eficazes para promover a igualdade de oportunidades”.
Mais 600 mil computadores para as escolas
Na audição parlamentar, o ministro anunciou também que o Governo vai adquirir mais 600 mil computadores através de um concurso internacional, “repartido em vários lotes para poder ser mais fácil a sua entrega”, o que poderá, segundo Tiago Brandão Rodrigues, permitir “a tão deseja e ambicionada universalização desta medida”. Os novos computadores serão depois distribuídos pelos diversos estabelecimentos de ensino, no âmbito do programa Escola Digital, recordando o governante que foram já entregues até ao momento “450 mil equipamentos às escolas”.
Com a aquisição destes 600 mil novos equipamentos, para os quais estão reservados “180 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência”, o sistema de ensino adquire, em apenas um ano, como salientou o ministro, “mais de um milhão de computadores portáteis” o que constituirá “um salto gigantesco” não só “na escala, como no desafio logístico que temos vindo, progressivamente, a superar”.
Ainda no âmbito da Escola Digital, Tiago Brandão Rodrigues referiu-se também à criação de 1.300 laboratórios de educação digital, durante os próximos anos, equipamentos que vão ajudar “à formação de mais de 100 mil docentes”, permitindo ajudar a aumentar a “disponibilização e a produção de recursos educativos” e a tornar central a área do digital como um “elemento estruturante da vida escolar”.
Vacinar os mais novos
O ministro da Educação reafirmou também, nesta audição regimental no Parlamento, a ambição de ver os alunos mais jovens vacinados contra a Covid-19 até ao início do ano letivo, em setembro, posição que vai ao encontro do anúncio feito na passada semana pela ministra da Saúde, Marta Temido, de que os jovens com idade inferior a 18 anos “deverão começar a ser vacinados contra a Covid-19 na última semana de agosto”, caso o Governo, como mencionou, “consiga manter o plano de vacinação previsto”.
Apoio e retoma do desporto
Outro dos assuntos abordados envolveu as questões ligadas ao desporto, com Tiago Brandão Rodrigues a manifestar o desejo do Governo de que ainda em 2021 seja possível a “retoma integral” de um vasto conjunto de atividades e setores, entre os quais também o desporto, sendo para isso necessário, como aludiu, que se mantenha a “evolução positiva no programa nacional de vacinação contra a Covid-19”.
Segundo o ministro da Educação, que tutela a área do desporto, o compromisso e o empenho do Governo para com este setor tem sido “indiscutível e não é de hoje”, um trabalho que se tem mantido de forma contínua e que se verifica, designadamente, na “preparação das missões olímpicas e paralímpicas para Tóquio 2020”, recordando ainda Tiago Brandão Rodrigues a decisão do Conselho de Ministros de há quatro meses, quando aprovou um fundo de apoio “verdadeiramente histórico e muito significativo” de 65 milhões de euros para o setor, visando minimizar os “impactos provocados pela interrupção global das competições em março de 2020”.
Para além destes apoios de peso, o titular da pasta da Educação lembrou que o Governo tinha já disponibilizado um conjunto de outras ajudas, num total de “76 milhões de euros, dos quais 50 milhões de euros em ‘lay-offs’ e 26 milhões de euros referentes à flexibilização tributária”, reafirmando que o Governo dentro das suas possibilidades, assim como o Instituto Português do Desporto e Juventude, nunca deixou de responder com a necessária ajuda ao desporto apesar da “quebra de receitas dos jogos sociais”.