home

Zorrinho: O balanço de um Governo que está a “esfarelar-se na praça pública”

Zorrinho: O balanço de um Governo que está a “esfarelar-se na praça pública”

O líder da bancada socialista redigiu um artigo de opinião para o jornal Público intitulado “Governo: um ano a marcar passo”, em que faz um balanço governativo do atual Executivo.

Carlos Zorrinho começa por realçar que os portugueses, a 5 de junho do passado ano, depositaram a sua confiança na coligação PSD/CDS-PP, liderada por Pedro Passos Coelho, “para conduzir Portugal pelo caminho estreito da consolidação das contas públicas e do desenvolvimento sustentável da nossa economia”.

“Com base numa narrativa de combate ao desperdício e rigor na aplicação dos recursos públicos, Passos Coelho convenceu a maioria dos eleitores de que tinha um rumo alternativo mais favorável de que a aposta na valorização dos recursos humanos, territoriais e tecnológicos que definiu a matriz de governação de José Sócrates nos seis anos anteriores”, destacou.

Porém, passado um ano de governação, “esse rumo revelou-se um logro”, defendeu Carlos Zorrinho, acrescentando que a “ideia de rigor diluiu-se num conjunto de nomeações e escolhas pouco transparentes. O combate ao desperdício transformou-se num constante ataque aos pilares do Estado social. No meio da tempestade escuta-se agora uma vozearia infrene, mas está cada vez menos claro para onde vamos, que caminho norteia o Governo, como é que as diversas políticas se coordenam”.

O presidente do grupo parlamentar do PS revelou, ao longo do seu texto redigido num tom assertivo, que “ver um governo esfarelar-se na praça pública é um espetáculo deprimente para quem acredita na democracia representativa e na solidez do regime democrático”.

Num ataque ao atual Executivo, Carlos Zorrinho afirmou que este começou a “falhar estrondosamente” logo após se ter constituído em Governo: “A orgânica do XIX Governo Constitucional é uma aberração só possível por inabilidade ou por maquiavelismo político de elevada sofisticação (neste caso para anular a operacionalidade das pastas económicas e concentrar todo o poder nas pastas políticas e financeiras) ”.

“Em segundo lugar, a coligação afastou-se das linhas de consenso que permitiriam tirar maior partido para o país do sentido responsável com que o Partido Socialista agiu, sempre disponível para colocar o interesse nacional acima dos interesses partidários”, frisou.

Demarcou a posição dos socialistas, que não aceitam “que o Governo ponha em causa o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e a coesão social e territorial e não aceitam que Portugal se deixe ‘colonizar’ como protetorado de uma visão maniqueísta da União Europeia e do papel do país no mundo”.

O “terceiro erro capital” do Governo, segundo o líder da bancada do PS, foi o “erro de escolher o empobrecimento global da sociedade como solução para o equilíbrio das contas públicas.”

No final do seu artigo, Carlos Zorrinho resumiu, de uma forma sucinta, o primeiro ano do Governo da coligação PSD/CDS-PP: “Tudo mudou para tudo ficar na mesma no plano macroeconómico e muito pior no plano das empresas, das famílias e das pessoas”.

Leia aqui o artigo em formato pdf.