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Zapatero prenuncia declínio da extrema-direita em Portugal tal como aconteceu em Espanha

Zapatero prenuncia declínio da extrema-direita em Portugal tal como aconteceu em Espanha

O ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, defendeu que é com os princípios da democracia e do progressismo que se consegue travar o extremismo que se alimenta do medo e das desigualdades, prenunciando um declínio da extrema-direita em Portugal à semelhança do que já aconteceu em Espanha.

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José Luís Rodríguez Zapatero

“Em Espanha, a extrema-direita – chegou primeiro que em Portugal – está em declínio e vai ser assim também aqui”, afirmou Rodríguez Zapatero, orador convidado na conferência Next Left, promovida pelo Partido Socialista, com o tema ‘Não passarão! O imperativo do combate aos extremismos da direita’.

Na sua intervenção, o antigo chefe de governo espanhol começou por observar que o momento que a extrema-direita aproveitou – crescendo primeiro nos Estados Unidos e depois espalhando-se globalmente, com a crise financeira de 2008 e mais tarde com a crise da pandemia – mostra como o populismo e o extremismo crescem com o medo.

Referindo que Donald Trump, nos Estados Unidos, assim como “o seu aluno destacado, Bolsonaro”, no Brasil, “perderam e não vão voltar”, Zapatero advertiu, contudo, que é preciso “prevenir e estar atento”.

Pediu, por isso, que seja afirmada “a condição de uma só humanidade”, mostrando-se contra a discriminação dos imigrantes e defendendo o direito à integração e aos direitos universais, porque é com “igualdade, paz, convivência, respeito, palavras que são os princípios da democracia”, e ainda com “o combate pela cultura”, que será possível “travar a extrema-direita”.

Na sua intervenção, o também antigo líder do partido socialista espanhol (PSOE) deixou três ideias de atuação, sendo a primeira “fortalecer a unidade das organizações progressistas do mundo, como a Internacional Socialista de Espanha e Portugal”.

Neste ponto, desejou a realização de “uma grande cimeira” dos partidos de centro esquerda e também advogou que “há que dialogar com o centro-direita”, preconizando um diálogo mais aberto, “cara a cara”, e “sem nos deixarmos levar pelos discursos mais conservadores”.

Na segunda ideia que deixou a um plateia de várias centenas de pessoas, o ex-primeiro-ministro de Espanha lembrou que as crises – financeira de 2008, pandemia, alterações climáticas – são globais e por isso é preciso “trabalhar como diz a Carta das Nações Unidas”, no sentido de “unir todas as nações”.

“Não pode a Europa fechar-se”, afirmou, porque “se não houver cooperação não se superam as crises”. “Cooperação, cooperação e cooperação, e não competição e confrontação”, sublinhou.

A terminar, Rodríguez Zapatero pediu que se olhe mais para as desigualdades, onde a extrema-direita se fortalece, e se promova o equilíbrio e “uma redistribuição mais justa”.

“Isso depende de nós, não depende da extrema-direita”, defendeu, recordando o exemplo do que aconteceu no pós-II Guerra Mundial, quando essa redistribuição foi mais justa, e sublinhando que “essa foi a época em que mais progrediu a democracia e o socialismo”.

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