Falando aos jornalistas à margem da visita que esta manhã realizou à Web Summit, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), o primeiro-ministro, que estava acompanhado pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, deixou a garantia de que o Governo vai continuar a trabalhar para atrair mais jovens ligados às tecnologias, designadamente, e dentro do possível, através do reforço do regime especial fiscal e de permanência concedido pelo Estado português aos chamados nómadas digitais, lembrando que Portugal tem tudo a ganhar em continuar a ser um “país atrativo e não fechado ao mundo”.
Para o primeiro-ministro, a escolha é simples: ou o país se fecha, com todas as consequências daí decorrentes, “matando a nossa história, a nossa cultura e a nossa vocação de bem-receber”, ou opta por avançar, como tem sucedido nos últimos anos com a governação do PS, e continuar a ser um país “cada vez mais inovador e aberto ao mundo”, onde todos se sentem bem-vindos e onde “cada um pode desenvolver os seus projetos de vida”, reafirmando António Costa que o regime destinado à atração de investimento e de jovens quadros internacionais em vigor constitui uma “mais-valia que o país tem de manter”.
O primeiro-ministro regozijou-se depois com o facto de Portugal contar já com sete empresas tecnológicas avaliadas em mais de mil milhões de dólares norte-americanos, muitas delas, como lembrou, que até há pouco tempo não passavam de pequenas startups que “não sabiam se teriam ou não condições para se aguentar”, acabando por crescer e se consolidar em áreas tão diversas, como no “aeroespacial ou nas ciências da vida”.
António Costa manifestou, por isso, satisfação pelo facto de as medidas do Governo estarem a ter efeitos positivos na atração de jovens quadros ligados às tecnologias digitais, cenário confirmado, entre outras realidades, como referiu, pelo aumento da compra de casas por parte de muitos desses nómadas digitais, ou pela “crescente atração do investimento direto estrangeiro”. Reafirmando que estes são dados claros, entre outros, que mostram que Portugal tem vindo a ser “crescentemente atrativo”, o líder do executivo lembrou, a este propósito, que no primeiro semestre deste ano o país teve a capacidade de captar “um máximo histórico de investimento contratualizado”, que se traduz hoje em “mais e melhores empregos e em melhores salários”.
Uma nova realidade
O primeiro-ministro chamou também a atenção para o que designou como a “nova realidade” que hoje se coloca aos nómadas digitais, no que ao empreendedorismo internacional respeita, alertando a este propósito para o facto de Portugal desempenhar aqui um papel importante na “agilização na concessão de vistos para os que querem vir para o país viver, ou aqui investir na criação de empresas tecnológicas ou para desenvolver a sua atividade”.
O chefe do Governo lembrou ainda que o combate eficaz que os portugueses foram capazes de mover contra a pandemia da Covid-19 provou, uma vez mais, que Portugal é um país “atrativo, que reúne todas as condições de segurança para receber os chamados nómadas digitais”, um território que, na perspetiva de António Costa, pode albergar com todo o conforto e segurança quem “possui uma atividade profissional que não exige estar fixo num ponto”.
90 milhões para as startups
Também o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, marcou ontem presença na abertura do evento tecnológico, tendo na ocasião anunciado que o Governo vai lançar um pacote de 90 milhões de euros para apoiar três mil empresas startups a criar nos próximos quatro anos.
Trata-se, segundo o ministro da Economia, de um pacote que será apresentado e detalhado durante a Web Summit 2022, evento que terminará na próxima sexta-feira, e que se destina a apoiar, com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “startups que pretendam desenvolver modelos de negócio digitais amigos do ambiente”.
António Costa Silva teve ainda ocasião para apelar, aos mais de 70 mil participantes deste encontro, a que os investidores continuem a apostar em Portugal, tendo presente, como lembrou, “a ameaça climática”, insistindo que a tecnologia tem as “soluções técnicas para resolver os problemas mais difíceis”.