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Voto de pesar pelo desaparecimento de Carlos Veiga Pereira

Voto de pesar pelo desaparecimento de Carlos Veiga Pereira

Os deputados do PS apresentaram na Assembleia da República um voto de pesar pelo desaparecimento, aos 91 anos, de Carlos Veiga Pereira, figura destacada do panorama político e jornalístico português do século XX.
Voto de pesar pelo desaparecimento de Carlos Veiga Pereira

No voto, que tem como primeiro subscritor o líder parlamentar do PS, Carlos César, e que foi aprovado esta sexta-feira no Parlamento, os socialistas lembram “a carreira dedicada ao jornalismo”, mas também à defesa incansável “das liberdades fundamentais e dos direitos humanos” e ainda “o combate à discriminação racial, que por várias vezes o levaram à prisão e ao exílio”.

Carlos Veiga Pereira, recorda o PS, “envolveu-se ativamente na campanha de Humberto Delgado, fez parte da Junta de Ação Patriótica, foi representante, já no exílio, da Frente Patriótica de Libertação Nacional, dirigente do Movimento de Ação Revolucionária e defensor da independência das colónias portuguesas”.

Nascido no Sumbe, Angola, em 1927 foi durante os tempos de liceu diretor e redator do Mefisto, um jornal editado por alunos do Liceu Salvador Correia, em oposição ao órgão da Mocidade Portuguesa. Já na Universidade, foi editor do Vida Latina, órgão da Associação Académica de Coimbra, e diretor do Meridiano, da Casa dos Estudantes do Império.

Na década de 50 colaborou com diversos periódicos, entre eles O Primeiro de Janeiro, Diário Ilustrado, República e Diário de Notícias.

Exilado em Paris, foi colaborador da Agence France-Presse, trabalhou no Centre de Formation des Journalistes e no Office de Radiodifusion et Télévision Française, tendo ainda integrado um dos mais reputados jornais mundiais, o Le Monde, onde ficou amplamente conhecido pelo trabalho sobre os bairros de lata parisienses.

Em 1973 regressa a Portugal, entrando para o Diário de Lisboa. Em 1975, foi nomeado diretor da RTP e, em 1979, torna-se redator e diretor de informação da ANOP, permanecendo nessa função até 1992. Foi durante esse período membro do Conselho de Imprensa e exerceu funções no Conselho Geral do Sindicato dos Jornalistas, tendo sido o seu primeiro presidente.