A presidente da bancada do PS, Ana Catarina Mendes, que leu o voto de pesar, destacou a “pessoa singular” que era Jorge Coelho, que faleceu no passado dia 7 de abril. “As suas muitas qualidades políticas e humanas – inteligência, argúcia política, competência, capacidade organizativa e de trabalho, força anímica, alegria de viver, sagacidade, sentido de responsabilidade – têm sido sublinhadas pelos inúmeros amigos de todas as idades e quadrantes políticos”, referiu.
Jorge Coelho “era verdadeiramente exemplar na forma como cultivava a amizade e na sua genuína capacidade de dar atenção aos outros, de estar próximo e dizer presente, sem nunca regatear tempo nem esforços”, assinalou a dirigente socialista.
“Politicamente ativo antes e depois da Revolução dos Cravos, Jorge Coelho filiou-se no Partido Socialista em 1982, onde desempenhou as mais diversas funções e praticamente todos os cargos, exceto o de secretário-geral – por opção – e se manteve como militante até à sua morte”, sublinhou Ana Catarina Mendes, que recordou quando Jorge Coelho, enquanto ministro de Estado e do Equipamento Social, se demitiu do seu cargo na sequência da queda da ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, a 4 de março de 2001, “assumindo a responsabilidade política pelo acidente, porque ‘a culpa não pode morrer solteira’”.
“Foi deputado na V, VI, VII, VIII, IX e X legislaturas”, foi “conselheiro de Estado, eleito pela Assembleia da República, entre 2005 e 2009” e, “em 2006, renunciou ao mandato de deputado e abandonou todos os cargos partidários para se dedicar à atividade profissional, assumindo em 2008 o cargo de CEO do Grupo Mota-Engil”, disse.
A presidente do Grupo Parlamentar do PS lembrou ainda que Jorge Coelho “foi comentador no programa ‘Quadratura do Círculo’, na SIC Notícias, posteriormente designado ‘Circulatura do Quadrado’, quando transitou para a TVI24”, tendo sido substituído por si própria em setembro de 2020.
“Jorge Coelho partiu cedo demais, mas deixa-nos um excecional legado e a memória de um político com visão estratégica, de um amigo afetuoso, de um homem bom e uma imensa saudade”, concluiu Ana Catarina Mendes.