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Vitoria diplomática do PS

Vitoria diplomática do PS

De acordo com a posição tomada pelo secretario geral do PS, a reunião do Comité África da Internacional Socialista (IS), que hoje terminou na Cidade da Praia, condenou o golpe de Estado na Guiné-Bissau, tendo esta posição sido subscrita por vários partidos africanos membros da CEDAO.

O secretário-geral da IS, o chileno Luis Ayala indicou que o Comité manteve a “tolerância zero às aventuras golpistas”, exigindo o rápido regresso à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, com a recolocação de Carlos Gomes Júnior como primeiro-ministro e de Raimundo Pereira como Presidente interino.

O encontro juntou na capital cabo-verdiana cerca de meia centena de delegados de África, entre os quais o primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, e convidados, como o secretário-geral do Partido Socialista (PS) português, António José Seguro.

Além de Ayala e de Seguro, a conferência de imprensa final contou também com a presença do secretário-geral do PS senegalês e presidente do Comité África da IS, Ousmane Tanor Dieng, e de José Maria Neves, também presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

Tanor Dieng, que, segunda-feira, na abertura dos trabalhos, tinha omitido na sua intervenção qualquer referência à crise político-militar guineense, e depois da intervenção de António José Seguro defendendo a reposição do estado de direito democrático na Guiné-Bissau, mostrou-se hoje a favor da posição assumida pela “família socialista africana”, defendendo também o regresso à situação prevalecente antes do golpe de Estado de 12 de abril último.

Sobre a democracia em África, José Maria Neves indicou que o Comité manteve também a “inflexibilidade” em qualquer alteração aos valores e princípios dos regimes democráticos no continente, admitindo que há ainda caminho a percorrer.

“Há regimes em África onde não há democracia. Outros em que a democracia foi interrompida, como no Mali e na Guiné-Bissau. Defendemos os valores da democracia e aí seremos inflexíveis”, disse por seu lado António José Seguro.

O líder socialista português definiu a reunião com a ideia de que se tratou de consensualizar democracia e desenvolvimento, tendo por base que os problemas que o mundo atravessa atualmente são comuns e cuja resposta terá também de ser resolvida por todos.

“Tem de se gerar mais crescimento e mais emprego para combater a crise”, concluiu.